Psicóloga assume a direção geral do presídio Urso Branco - Confira entrevista

A psicóloga Janaína Carvalho Aldunate assume a direção-geral da Casa de Detenção Dr. José Mário Alves da Silva com a missão de reverter a atual crise, que culminou com a troca de comando naquela unidade prisional. >>>

Psicóloga assume a direção geral do presídio Urso Branco - Confira entrevista

Foto: Divulgação

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O ser humano sob a guarda do Estado deve ser objeto de ações que repercutam positivamente sobre a sociedade. “O que ela exige é um retorno em termos de tranquilidade e de respeito para com o apenado, como forma de não ser penalizada por eventuais distorções de gestão no sistema”. “O Urso Branco não é o melhor ou o pior, o mais problemático ou o menos recebedor de atenção entre todo o sistema penitenciário brasileiro”. Com estas declarações de princípios, e a firme disposição de implantá-los, a psicóloga Janaína Carvalho Aldunate assume a direção-geral da Casa de Detenção Dr. José Mário Alves da Silva com a missão de reverter a atual crise, que culminou com a troca de comando naquela unidade prisional, determinada pela Justiça.* Agente penitenciária concursada desde 2001, Janaína foi lotada inicialmente na Penitenciária Feminina do Estado de Rondônia (PENFEM), e, em seguida, foi para a área administrativa da fábrica de bolas de futebol que funciona no Ênio Pinheiro. Na mesma época, graduou-se em Psicologia na UNIR e, em 2005, concluiu a pós-graduação lato sensu em Gestão Penitenciária, em curso realizado pela Fundação Rio Madeira (Riomar) em parceria com a Secretaria de Administração Penitenciária de Rondônia (Seapen). Assumiu o cargo de psicóloga-chefe do setor psicossocial no Núcleo de Saúde Penitenciária (Nuspen), prestando assistência durante dois anos a detentos de todos os presídios do estado. Ainda em 2005, foi nomeada presidente da Comissão Técnica Disciplinar do Sistema Penitenciário, setor que apura as faltas de comportamento dos apenados e fixa as sanções porventura cabíveis. Em outubro do ano passado, assumiu a diretoria administrativa da Casa de Detenção, cargo no qual permaneceu até ontem, quando foi indicada pelo secretário de Estado de Administração Penitenciária, Gilvan Cordeiro Ferro, para estar à frente do comando da maior unidade prisional do Estado. Detalhe: Janaína é a primeira mulher a assumir o cargo na história de Rondônia O que a sociedade pode esperar da nova gestão da Casa de Detenção? Uma filosofia de trabalho mais humanitária, considerando o ser humano que está sob a guarda do Estado como o objeto de um conjunto de ações que deve repercutir de forma positiva sobre a sociedade. Isso significa dizer que a cadeia não existe apenas para punir. Não pode ser apenas um depósito de gente, mas sim afirmar-se como instância pública onde se materializem as condições para que o investimento feito por esta mesma sociedade na garantia de sua segurança, quando delega este poder ao estado, e quando paga seus impostos, tenha como retorno a sanidade do sistema. Sanidade no sentido de manter práticas justas e humanas no intramuros do presídio, práticas que sejam coerentes com um padrão civilizado de conduta e trabalho. Quais são os maiores desafios que o cargo traz? Primeiro, dissipar o estigma de “buraco sem fundo”, de “corredor sem saída”, de “fim de linha” que se criou em torno da Casa de Detenção. Em todo o sistema penitenciário brasileiro, ela não é a melhor ou a pior unidade prisional, a mais problemática ou a menos recebedora de atenção dos órgãos públicos. Temos um conjunto de circunstâncias e fatores estruturais que concorrem para que esta negatividade se enraíze, e vamos trabalhar para reverter este quadro; porém, é preciso reconhecer que existe um grande corpo funcional, ao qual me orgulho de pertencer como funcionária de carreira da Seapen, e que vai estar empenhado em fazer o melhor pelos presos e, por extensão pela sociedade. Assim como um compromisso permanente da Secretaria, e principalmente do governador Ivo Cassol, para que se restabeleça a normalidade do trabalho no sistema prisional como um todo. Com a formação de psicóloga pós-graduada em Gestão Penitenciária, no que a Sra. acredita que o seu conhecimento acadêmico pode contribuir para melhorar a Casa de Detenção e sua imagem perante a opinião pública? Não concordo com aquela frase feita que diz “na prática, a teoria é outra”. O que a universidade busca apreender, e transmitir, é um conhecimento acumulado por profissionais de áreas complementares, todas essenciais para uma gestão profissional do sistema. Ao receber uma formação humanista, que dê a devida atenção aos aspectos antropológicos, sociológicos e psicológicos que envolvem nossa atividade, acredito firmemente que damos um passo firme no sentido de construir uma relação mais equilibrada e produtiva entre os protagonistas deste complexo movimento social - e estou falando aqui de apenados, agentes, advogados, juízes, desembargadores e também da Comissão Justiça e Paz e da Pastoral Carcerária, que têm o seu papel e valor específicos. Sendo mulher, e a primeira na História do Estado a ocupar este cargo, como pretende enfrentar o machismo que predomina no ambiente carcerário? Responder a esta pergunta só ajuda a reforçar este preconceito. Os fatos vão falar por si. *VEJA TAMBÉM: * Juiz afasta diretores do presídio Urso Branco * Diretor do presídio Urso Panda e advogado são presos pela Polícia Federal
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