Não encontra qualquer guarida no bom senso e na racionalidade as tentativas canhestras que o deputado Valter Araújo (PTB) e o vereador Kruger Darwich (PC do B) vêm urdindo, no sentido de impedir a construção do Porto Velho Shopping.
A mais recente dessas tentativas, voltada, claramente, com o objetivo de tirar vantagem pessoal, no frigir dos ovos, mesmo à custa do prejuízo aos interesses do munícipe portovelhense, foi concebida nos escaninhos da Assembléia Legislativa, na calada da noite.
Refiro-me ao projeto de lei, de autoria do deputado Valter Araújo, que proíbe a instalação e funcionamento de obras, projetos, empreendimentos, atividades e estabelecimentos, às margens de nascentes e mananciais, num raio de setenta metros. Na prática, ele quer, com seu monstrengo legislativo, barrar o shopping.
O projeto é tão maroto, que o governador Ivo Cassol, em nome do interesse público, não terá outra opção senão mandá-lo às favas, vetando-o, em sua totalidade. E os deputados, certamente, o acompanharão, na hora de acatar o veto, derrotando, assim, a manobra impudica.
Lamentável que muitos, fantasiados de políticos, confundam o mandato, outorgado, nas urnas, como instrumento à conquista de prerrogativas particulares, esquecendo-se, completamente, dos compromissos de palanque, numa conduta irresponsável, que só denigre e descredencia a classe política, maculando a imagem dos verdadeiros defensores das causas populares e dos pleitos coletivos.
Logo, o relho descer-lhes-á nos costados, sobretudo daqueles que estão patrocinando essa manobra insidiosa contra a população de Porto Velho, contra os cofres públicos e os que neles votaram.
É, no mínimo, perturbador, que o deputado estadual Valter Araújo, um empresário bem-sucedido, que começou sua carreira política, como vereador da capital, se tenha deixando seduzir pela cantilena demagógica do vereador Kruger Darwich.
Logo ele, que, nessa condição, subiu à tribuna da Câmara, inúmeras vezes, para defender a livre iniciativa e o empreendedorismo, resolve, agora, como que num passe de mágica, sair em tropelia contra a construção de um empreendimento, que vai impulsionar a economia do município, com a geração de dois mil novos empregos e, consequentemente, incrementar a receita municipal, possibilitando, assim, que a prefeitura invista mais na melhoria dos serviços prestados à população, especialmente, nos setores da saúde e educação, como também nos serviços de infra-estrutura, limpeza e iluminação pública, dentre outros.
Já é tempo de se lembrarem, certos políticos rondonienses, de que o povo deveria merecer de sua parte mais respeito, mais consideração e mais acatamento. É preciso que haja da parte desses senhores um mínimo de consciência, evitando, assim, episódios dessa natureza, que só comprometem de morte o nosso desenvolvimento.
Não basta, apenas, a cúpula do Partido Comunista do Brasil repudiar, em nota oficial, as atitudes de um de seus membros. É preciso puni-lo, exemplarmente, inclusive, com a expulsão das trincheiras partidárias, por desrespeito aos princípios ideológicos abraçados pela grei.
Valter fez uma péssima escolha, ao entrar nessa canoa furada. Mas ainda há tempo, deputado, de abandonar o barco. Não misture interesses sociais com privilégios pessoais. O povo está vigilante. No momento exato, ele saberá guilhotinar os vendilhões do templo, os maus políticos.