A conta de energia elétrica passará a custar mais caro para a população rondoniense caso a linha de transmissão que ligará Jauru (MT) a Vilhena seja construída. Segundo a Assessoria Financeira da Centrais Elétricas de Rondônia (Ceron), com a integração de Rondônia ao Sistema Integrado Nacional (SIN), o estado deixará de ser produtor de eletricidade para tornar-se consumidor.
De acordo com técnicos da companhia, a compra de energia para o fornecimento ao consumidor final será feita através de leilão com geradoras estatais e grupos privados de todo o País. O contrato para a construção do chamado "linhão" foi assinado no início desta semana entre empreiteiras e o governo federal, durante solenidade realizada no Ministério de Minas e Energia (MME).
De acordo com cálculos feitos pela assessoria da deputada federal Marinha Raupp (PMDB), a interligação custará aproximadamente R$ 400 milhões aos cofres públicos. Além disso, ainda não conta com regras para a compra da energia que garantam a tranqüilidade dos consumidores no estado.
Para a deputada, a única maneira de evitar um reajuste nesses valores é deixar que Rondônia não seja integrado ao SIN. Desta forma, o estado continuará a ser produtor de energia elétrica. "Rondônia perderá muito com o 'linhão' e fazer parte do sistema nacional não trará beneficio algum para a população", afirmou.
O deputado Moreira Mendes (PPS) também ressaltou as desvantagens do "linhão" e reclamou da falta de aproveitamento do gás natural existente na Região Norte por meio da construção do Gasoduto Urucu-Porto Velho. "Não consigo compreender a necessidade de fazer parte do SIN, sendo que temos meios para continuar sendo produtor", argumenta Moreira Mendes.
Para o parlamentar, sem o gasoduto o gás existente na Bacia Petrolífera de Urucu (AM) será desperdiçado e o estado passará a depender da energia elétrica produzida em outras regiões.