Enquanto autoridades do setor agrícola culpam a extração ilegal de madeira pela maior parte dos desmatamentos na Amazônia, representantes de organizações não-governamentais (ONGs) que atuam na região repudiam a tese, mas admitem a ação da atividade madeireira.
Não vamos ser inocentes em falar que o setor madeireiro não tem culpa, mas o desmatamento é fruto, sobretudo, do setor agrícola e pecuário. Não há dúvida nisso - afirmou nesta terça-feira (12) o coordenador do programa de apoio ao desenvolvimento sustentável da WWF, Mauro Armelin.
O diretor do programa Amazônia da ONG Conservação Internacional do Brasil, Adrian Garda, também descreve um ciclo de desmatamento no norte de Mato Grosso e no sul do Pará, que começaria pela exploração de madeira, ilegal ou não, e seguiria com a pecuária e o plantio de soja.
Crescimento suspeito
Garda chamou a atenção para a expansão da agropecúaria no Pará, assim como o cultivo de soja, em Mato Grosso, ambos impulsionados por preços internacionais favoráveis.
Não houve mudança no mercado mundial de madeira, mas houve no mercado de commodities para soja e pecuária, o que leva a crer que a principal causa é essa - argumentou.