Agiu rápido a Promotoria da Infância e da Juventude, na pessoa do Promotor de Justiça Valdemir Vieira, ao propor Ação Civil Pública contra a administração do prefeito Roberto Sobrinho, do PT, para que se resolva, definitivamente, o problema de matriculas nas escolas da capital, ocasionado pela extinção da 1ª a 8ª séries do ensino fundamental.
À semelhança do Secretário Municipal de Saúde, Sid Orleans (que tentou jogar a culpa no governo do Estado, pela suspensão no fornecimento de oxigênio a pacientes da capital, mas acabou sendo ridicularizado pelo diretor do Hospital de Base, Amado Rahaal), a secretária da Educação, Epifânia Barbosa, procurou justificar o injustificável, mas não conseguiu convencer o Ministério Público Estadual, com suas “informações técnicas”, sobre a necessidade de mudanças na grade curricular no ensino fundamental, que acabaram gerando desconforto e indignação a pais de alunos da rede municipal.
Há uma crise de competência, mesclada com arrogância, a dominar os setores da saúde, educação, e administração, que, aos poucos, vem ofuscando a ação produtiva desenvolvida por outras pastas, como fazenda e regularização fundiária. Mas Sobrinho teima em não enxergar a realidade factual.
No momento da borrasca, quando o barco ameaça soçobrar, é preciso que o seu timoneiro tenha coragem, disposição e humildade para reconhecer que errou e corrigir a rota anteriormente traçada. O prefeito devia iniciar o segundo mês do último ano de seu mandato fazendo uma faxina em vários setores do governo.
Os problemas que envolvem os sistemas de saúde e educacional do município de Porto Velho não serão resolvidos com discursos messiânicos e poses quixotescas, sem efeitos práticos e duradouros
No caso da educação, embora Sobrinho insista em apostar na capacidade e nas boas intenções da secretária Epifânia, ignorar as deficiências do setor e fechar os olhos a decisões que só prejudicam o público, não é mais que conduta inaceitável.
Acobertados de razão, portanto, estão os que afirmam ser a educação um dos maiores gargalos (senão o maior) do nosso País, pois a partir do momento em que existirem professores bem preparados, recendo salários condizentes e escolas suficientes e adequadas para atender à população, o Brasil, certamente, encontrará a saída para muitas das dificuldades que o afligem.
É preciso, no entanto, que os governantes, políticos e as instituições públicas voltem as suas vistas para o assunto, vestindo a camisa da educação, transformando-a na prioridade das prioridades.
O Ministério Público, diga-se de passagem, tem feito o seu papel, nas mais diferentes áreas de interesse social. Os exemplos estão aqui para quem quiser vê-los.