O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta quinta-feira (25), uma coletânea de dez mapas temáticos da Amazônia Legal. O estudo mostra que Rondônia é o estado mais devastado proprocionalmente à sua área. Para o IBGE, que contou com o apoio do Ministério do Meio-Ambiente, os mapas vão permitir aos governos estaduais saber que destino dar aos recursos que recebem e como beneficiar a população local, além de fazer uma radiografia do desmatamento.
*A situação de Rondônia é a mais grave: o estado tem o maior percentual de área desmatada em relação ao território (28,5%). Até 1978, o percentual sequer chegava a 2%. No geral, as principais causas do desmatamento na Amazônia e, mais especificamente em Rondônia, são o aumento da população, em função da migração estimulada pelo governo; o crescimento da indústria madeireira, aliado à ampliação do número de estradas e rodovias; e as queimadas, que são feitas para o desenvolvimento da pecuária e da agricultura
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Saiba quais são as principais informações de cada mapa
*No mapa da logística, o mais interessante é poder cruzar as várias redes que cortam o território amazônico. Estradas, redes de energia, o gasoduto de Urucu (no Amazonas), hidrovias, porto e aeroportos fazem parte da mesma base cartográfica. É possível observar claramente que Rondônia não tem conexão com o resto do sistema de transmissão de energia no país. O estado tem apenas pequenas centrais elétricas movidas a óleo diesel.
*O mapa da fronteira agropecuária e mineral na vegetação natural mostra o avanço sobre as áreas de mata. A grande produção agrícola - lavouras de soja e milho, principalmente - está indo até as cidades Sinop e Sorriso, em Mato Grosso. Ao Norte dessas cidades, o que prevalece são as riziculturas (lavouras de arroz), mas o volume da produção é bem menor do que as de Sinop e Sorriso.
*Quanto aos dados da pecuária, é possível saber que a Amazônia tem o maior crescimento vegetativo de rebanho bovino no mundo. Em 15 anos, de 1990 a 2005, o tamanho do rebanho dobrou.
*Por meio dos mapas, é possível ter informações sobre desmatamento, mineração, pecuária e lavouras, entre outros. Os dados são de 2003, mas o IBGE afirma que, em breve, haverá uma atualização até 2005. Toda a base cartográfica foi feita em escala 1:250.000. "É como se dividíssemos o Brasil em 555 partes. São dez mapas, dez formas de ver a Amazônia”, diz Guido Gelli, coordenador de Geociências do IBGE.
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