ESPAÇO ABERTO: 'Pesquisas' eleitorais com divergências discrepantes merecem análise cautelosa

ESPAÇO ABERTO: 'Pesquisas' eleitorais  com divergências discrepantes merecem análise cautelosa

Foto: Divulgação

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SERIEDADE
 
Muitas coisas são óbvias na política, no entanto  quando são divulgados números "muito" diferentes do que se acompanha no dia a dia é necessário parar para avaliar até que ponto determinado levantamento faz sentido.
 
EXTREMOS
 
Existem tendências e muita análise é feita em cima disso. Mas quando você se depara com uma inconsistência gritante é preciso verificar a origem da apuração ou então questionar a própria apuração.
 
PECULIARIDADES
 
Quando me refiro a obviedade, levo em conta fatores como popularidade, abrangência local e estadual, reduto eleitoral, grupo político e até mesmo método utilizado.
 
MEIO UTILIZADO
 
Há uma diferença enorme, por exemplo, entre coleta pessoal e por telefone. Para a primeira é preciso uma equipe grande de campo, na segunda opção o banco de dados tem que ser significativo e também há a necessidade de grupo de trabalho razoável.
 
MELHORAR CONFIABILIDADE
 
Embora a pesquisa séria necessite estar registrada junto ao Tribunal Regional Eleitoral, a falta de comprovação dos meios utilizados me parece uma falha grave no sistema, que compromete a total lisura do trabalho. 
 
TRE
 
Claro que isso não é problema de quem faz a pesquisa. É o Tribunal Regional Eleitoral quem deveria também acrescentar a informação no "bolo todo" que envolve um levantamento oficial. Divulgar o meio de apuração e como isso se realizou.
 
MATEMÁTICA
 
Numa pesquisa de campo, por exemplo, onde 1.500 pessoas foram entrevistadas, uma equipe de cinco pessoas precisa ser "ninja" para conseguir coletar dados em cinco dias, por exemplo.
 
 
MATEMÁTICA 2
 
Tenho um leitor especialista em números que, com certeza, vai me corrigir se eu estiver errado. Mas vamos lá. 1.500 pessoas entrevistadas em 04 dias.
 
MATEMÁTICA 3
 
Isso daria 375 entrevistas por dia. Digamos que o trabalho de campo tenha sido feito em horário comercial, no caso 08 horas. Isso representa 46 pessoas entrevistadas por hora. 
 
MATEMÁTICA 4
 
Com apenas cinco pessoas envolvidas no trabalho, isso daria 9,2 pessoas para cada entrevistador. Humanamente impossível. Se dobrar a equipe, diminui para 04 pessoas por hora, arrendondando para baixo.
 
MATEMÁTICA 05
 
Nem assim o levantamento é viável. Isso significaria que cada entrevistador teria 15 minutos para conversar com o eleitor. Como isso não é feito com um cidadão, mais os seus 04 vizinhos de casa, é descartada a probalidade de uma equipe de 10 pessoas executar o trabalho.
 
ENTENDIMENTO
 
Diante da complexidade, agilidade e conhecimento que o trabalho de pesquisa exige, minha sugestão ao TRE é também informar os meios de apuração e quantas pessoas estiveram envolvidas na coleta de dados. Tudo devidamente comprovado para se ter certeza da seriedade com que a apuração foi feita.
 
NÚMEROS 
 
Agora falando sobre os resultados de duas pesquisas divulgadas semana passada, eles mostram duas tendências muito diferentes. Como não é explicado onde e como o levantamento foi feito, não dá para se avaliar o grau de confiança.
 
NÚMEROS 2
 
Em um dos levantamentos, o candidato que lidera a preferência do eleitorado aparece com 32%, o segundo colocado com 18%, o terceiro com 10% e o quarto com 07%.
 
NÚMEROS 3
 
Em outra pesquisa, o cenário  muda completamente. Quem lidera -  não é o mesmo da pesquisa anterior - , aparece com 30%, o segundo colocado tem 26%, o terceiro 22% e o quarto colocado 9%.
 
 
NÚMEROS 4
 
Entre uma e outra pesquisa, o líder na primeira passa para terceiro colocado, já o segundo colocado assume a liderança na segunda pesquisa. A curiosidade é que a diferença entre os líderes se mantém na média de 12%, causando uma "coincidência" interessante entre os dois preferidos.
 
ESTATÍSTICA
 
Saber onde são feitos os levantamentos é fundamental para se analisar números do processo eleitoral passado, por exemplo. Só com essa base é possível comparar as diferenças, evolução ou rejeição desse ou daquele candidato.
 
CAPITAL
 
Três pré-candidatos para o próximo pleito, são de Porto Velho e estavam na eleição de 2018. O governador Marcos Rocha, o deputado federal Léo Moraes e o professor e advogado Vinicius Miguel.
 
VOTOS  
 
No primeiro turno da eleição passada, Marcos Rocha fez 46.938 votos e Vinicius Miguel 69.820 na capital. Ambos disputaram o governo. Léo Moraes fez 46.985 em Porto Velho na disputa à Camara Federal.
 
VOTOS 2
 
A votação somada dos 03 candidatos da capital, chega a 163 mil 743 votos. Isso representa mais da metade do eleitorado de Porto Velho. Lembrando que nossa capital representa menos de um terço do eleitorado de Rondônia.
 
VOTOS 3
 
Se as pesquisas não apontarem com exatidão onde são feitos os levantamentos, tudo acaba indo pro campo das hipóteses.  Sem contar que já é conceito formado que é o interior que decide a eleição.
 
Direito ao esquecimento

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