Ele foi o primeiro advogado preto do país
Foto: Divulgação
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Patrono da abolição da escravidão no Brasil, a história do advogado baiano Luiz Gama, estará na tela do CineSesc desta quinta-feira,25. A obra cinematográfica será exibida às 19 horas no audicine do Sesc, na Esplanada da Secretaria. A entrada é gratuita.
Gama não viveu para ver a Lei Áurea ser promulgada. Morreu aos 52 anos, em 1882, seis anos antes que uma princesa Isabel assinasse a carta que confirmaria o Brasil como sendo um dos últimos países a tornar ilegal o tráfico de pessoas negras.
Gama, porém, percebeu desde muito cedo o engodo que aquilo pareceria quando, finalmente, chegasse o tal momento no qual os escravos se confirmariam como excluídos social e economicamente mesmo após não mais possuírem donos.
Vendido pelo pai
Autodidata no estudo das leis, o baiano Luiz Gonzaga Pinto da Gama foi vendido aos 10 anos pelo pai, um fidalgo português, no intuito de sanar dívidas que possuía. Sua mãe, Luiza Mahin (Isabél Zuaa), uma escrava liberta, perdera, assim, seu filho. Levado da Bahia para São Paulo, Gama foi alfabetizado aos 17 anos. Depois, se tornou assistente de Furtado Mendonça, que atuava como chefe de polícia e professor da Faculdade de Direito do Largo São Francisco. Estudioso, Gama viria a se destacar como o bacharel responsável pela libertação, nos tribunais, de mais de 500 escravizados.
Sinopse
“Doutor Gama” (2021), filme de Jeferson De (diretor do marcante “Bróder”, de 2010), conta essa história a partir das três fases da vida do advogado: sua traumática infância (vivida pelo ator mirim Pedro Guilherme) com a separação precoce do afeto da mãe e traição do pai; a adolescência descobridora e definidora de uma trajetória de vida (na qual é vivido por Angelo Fernandes); e a fase adulta (com a interpretação de César Mello), já legislando em prol da libertação de pessoas escravizadas.
Tribunal
É com o foco nessa fase que o filme mais se destaca, trazendo um drama de tribunal no qual Gama defende José (Sidney Santiago), um escravo acusado de matar seu senhor. O branco em questão torturava e estuprava a esposa do réu. Priorizando a vida da mulher, José vinga-se do homem por tais monstruosidades cometidas.
Na sua estrutura dividida em três fases, cada uma focada em um período da vida de Luiz Gama, o filme de Jeferson De encontra ecos em uma obra favorita na cinefilia do diretor e que, também, traz reflexões precisas no que se refere à identidade de cada pessoa e em como sua trajetória de vida pesará em sua existência.
Outro símbolo marcante presente em “Doutor Gama” está na citada questão da criança sendo vendida como mercadoria pelo próprio pai, ponto que surge de modo a traumatizar o personagem, e gera, no já advogado Luiz Gama, uma especial relação afetiva com o seu próprio filho.
A perda brusca de sua infância; o crescimento como escravo; a alfabetização e o gosto pleno pela leitura e estudo das leis; o momento em que prova ter nascido livre e, ao deixar a casa onde serviu a brancos, recebe um par de sapatos.
Fonte: Screamyell
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