A mostra "Kayary em Decanto”, da ceramista rondoniense Déba Tacana continua em exposição na Casa de Cultura Ivan Marrocos, na região central da cidade, até o dia 22 de outubro.
De acordo com a artista visual, a mostra retrata, por meio do saber ancestral da cerâmica, a memória do rio Madeira e dos corpos visíveis e invisíveis que nele se movem e habitam.
"Entre narrativas apocalípticas, tragédias ambientais e quedas de céus, os cenários abrem inundações, transbordamentos em que as águas se movem dentro dos rios, dentro dos corpos-cerâmicos e dos corpos-humanos. Somos também águas moventes e nossas águas de dentro (choro, sangue, suor) são potências para dissidências políticas", afirma.
Déba Tacana nasceu na região fronteiriça entre Rondônia e Bolívia. Sua origem é indígena e cigana. Como artista visual, investiga na permanência dos corpos cerâmicos memórias que dizem de outras dimensões para entender território e etnicidade.
"A luz que anda presente em territórios indígenas entre Andes e Sertões, Amazônia e Pampas, é também corpo que demarca território, sendo trazido nas investigações poéticas da artista com a cerâmica", declara a artista.
Formação
Ela é licenciada em Artes Visuais pela Universidade Federal do Vale do São Francisco e atualmente mestranda na linha de ensino das artes visuais pela Universidade Estadual de Santa Catarina - UDESC/PPGAV,onde desenvolve pesquisa no âmbito da formação de professores para as relações étnico-raciais. Tem atuação junto a educação não-formal com mulheres encarceradas no sistema prisional e territórios indígenas e camponeses.