*SELMO VASCONCELLOS - Porto Velho, RO. Poeta, cronista, contista, antologista, divulgador cultural e editor da página literária impressa semanal “LÍTERO CULTURAL”, desde 15.agosto.1991, em parceria com o saudoso amigo/irmão/escritor José Ailton Ferreira “Bahia”, falecido em 21 de setembro de 2005, no jornal Alto Madeira.Com cerca de 1450 colaboradores no Brasil e mais em 35 países. Obras publicadas (poesia e prosa): REVER VERSO INVERSO (1991), NICTÊMERO (1993), POMO DE DISCÓRDIA (1994), RESQUÍCIOS PONDERADOS (1996) e LEONARDO, MEU NETO (antologia,2004). Livretos independentes (poesia): MORDE & ASSOPRA e suas causas internas e externas (1999), DESABAFOS em memória de ROY ORBISON (2003), Revista Antológica “Membros da Galeria dos Amigos do Lítero Cultural” (2004) e poesias traduzidas para o francês, inglês, alemão, italiano, japonês, russo, grego chinês, polonês e espanhol. www.selmovasconcellos.zip.net.
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*TADEU PAULO
*POEMETO DA TRISTEZA . . .
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*faço da tristeza
*minha busca
*pelo encanto;
*da amargura,
*o encontro
*de meu canto;
*da solidão,
*o meu
*melhor momento;
*das palavras,
*a expressão de
*meus sentimentos;
*e assim, escolho
*e recolho temas...
*e faço de cada dia
*a alegria de compor
*tristes poemas!
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*Publicado no Recanto das Letras em 20/03/2007
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*TERESA CRISTINA ZOLA NABAS
*Desconhecido
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*Tenho medo do desconhecido que me segue
*E que caminha lado a lado comigo,
*É tão estranho esse ser que me persegue...
*Se faz amigo, mas é meu inimigo.
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*Seus lábios me difamam, amaldiçoam,
*Beijam-me com tanta dificuldade!...
*Aos meus ouvidos suas palavras soam
*Com uma mescla de desdém e falsidade.
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*A mesma mão que acaricia os meus cabelos,
*Aponta em riste os seus incrustados dedos,
*Acusando de banais os meus anelos,
*Desconsiderando todos os meus apelos.
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*Tenho medo do que vai acontecer...
*Porque de qualquer forma que procedo,
*Para este tal desconhecido, sempre vou ser
*Uma pessoa indesejada... Tenho medo!
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*(03/10/1990 – Pres. Prudente)
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*TONHO FRANÇA
*Noites...
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*Toma desse vinho,
*Bebe da minha poesia
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*Cálice de mim.
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*Sorve do tinto da noite
*Fere-me com o seco do silêncio
*Brinda o cristal com as ausências
*Embriaga-te de estrelas
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*Cálice de mim.
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*Toma desse vinho
*Perca-se entre as possibilidades
*Do que poderia ter sido
*Despe-se dos meus versos
*E vai enfim
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*Cálice de mim.
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*IZABEL DIAS
*L Á G R I M A S
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*Castelos sólidos,
*de bela aparência...
*Suntuosas construções
*cujas fundações se
*alicerçam no mais
*frio gelo, podem
*resistir a anos,
*alimentando em
*seu interior
*vidas geladas,
*vazias...
*Ausência total
*de sentimentos;
*imperando tão somente
*as aparências...
*Medíocres conveniências!
*Até que o anjo
*da coragem chega
*e o medo da vida
*explode, sorrindo
*para o desconhecido,
*vertendo gotas dolentes
*dos olhos confusos,
*que não mais sabem
*se são lágrimas do
*degelo da vida,
*de anos perdidos,
*falta de amor,
*indiferença,
*ou se são da alegria
*de acordar para
*o sol interior e
*para o teu amor...
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*ELIAKIN RUFINO
*Das rimas
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*Muitos usam rimas ricas
*mas no fim não dizem nada
*só pesquisa de linguagem
*só revolução formal
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*Eu fico com as rimas pobres
*as palavras mal vestidas
*os garis do carnaval
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*Muitos pensam que a pesquisa
*é maior do que o talento
*procuram nos dicionários
*o poema definitivo
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*Eu fico com a língua solta
*o palavreado do povo
*o verbo no infinitivo
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*MARISA ZANIRATO
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*Vem comigo...
*Não sou capa de revista,
*nunca estive em Bangladesh
*nem fiz record mundial,
*mas guardo uns tesouros
*escondidos aqui e ali
*para repartir contigo.
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*Vem comigo
*ouvir a sinfonia do mar
*e o eco das vozes dos deuses na montanha...
*Vem
*sentir o vento que agita as árvores,
*revolvendo teus cabelos;
*vem
*pisar as folhas amarelas
*caídas neste outono...
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*Vem comigo
*conhecer a ternura das coisas puras
*que embalam os meus dias:
*o profundo silêncio das madrugadas
*e a beleza dos girassóis,
*o vôo sincronizado dos pássaros
*no poente
*e a dança das borboletas em festa...
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*Vem comigo
*partilhar minhas lembranças
*mais ternas:
*o cheiro do café coado,
*a morna chuva de março,
*aquela música dos Beatles
*e um faroeste antigo...
*-
*Vem,
*vamos andar de mãos dadas
*sem saber que dia é hoje
*ou se o mundo pode acabar...
*Vamos na direção do nada...
*Vem comigo
*enquanto ainda há tempo
*para sonhar...
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*LILIAN MAIAL
*MEU CAMINHO É SEGUIR
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*Meu caminho é seguir
*sem deixar rastros.
*É continuar a saga
*que algum dia enfrentarei.
*É percorrer sorrisos
*e angariar sentidos.
*É dar com os burros n'água
*e lavar a égua.
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*Meu caminho é seguir
*passos incautos
*percalços
*descalça.
*É andar de trás pra frente
*por vielas e alamedas
*catando o miolo de pão
*contando os traços da mão
*riscando o calendário.
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*Por cada esquina
*um novo rosto
*(ou não)
*a me acenar mentiras
*que tento não acreditar.
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*Por cada mesa um novo copo
*e gelo e sonho
*que tento ouvir por notas soltas
*e sussurros de amor.
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*Por cada palavra
*um novo adeus
*recomeçar
*com beijo em verso e prosa
*o que a boca não sorveu.
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*Meu caminho é seguir
*em busca
*do teu.
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*SANDRA DE ALMEIDA
*FERROVIA MADEIRA-MAMORÉ
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*O tempo parou,
*só pra te ver nascer.
*No seio da floresta majestosa,
*viestes de mansinho.
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*Tentando vencer a natureza
*Trilhos colocados,
*Mil vidas sacrificadas,
*Turbilhão...e muitos amores!
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*Homens na selva amando ao luar,
*desejos incontidos,clandestinos.
*E uma locomotiva a esperar,
*aspirados sonhos latinos.
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*Surpresas a espreitar,
*amargas realidades.
*Estais no mesmo lugar,
*quantas adversidades.
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*Ah!Madeira-Mamoré,
*codinome trágico.
*Sonho em ré,
*tudo tão mágico.
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*Ferrovia-do-Diabo!?
*Sonho alado!
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*SANDRA DE ALMEIDA
*NAMORO DA NATUREZA da Natureza
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*Lentamente em seu ritual,
*ele passa,majestoso.
*Tudo muito natural,
*sempre caudaloso.
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*Percorre seu caminho,
*vencendo obstáculos.
*Qual pássaro no ninho,
*Sutil,sem fazer cálculos.
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*Ritmado pela natureza,
*namorando a floresta.
*Segue com firmeza,
*aos homens?Nenhuma fresta!
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*Essas águas encantadas,
*mexem com emoções.
*Ecoam toadas,
*agitam corações!
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*Tu não "és o Tejo de minha aldeia",
*mas és o Majestoso Rio Madeira!
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*DORONO HILGENBERG
*VERSO & REVERSO
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*Chegou em casa como se fosse um Rei
*comeu, bebeu, como se fosse um Lorde
*brigou, xingou, como se fosse um Santo
*e foi dormir como se fosse Deus!
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*Acordou sozinho como se fosse um peste
*com a alma pesada como se fosse chumbo
*com a mente suja como se fosse lixo
*e rumou pro bar como se fosse um cão!
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*bebeu...bebeu, como se fosse água
*provocou o mundo como se fosse um touro
*apanhou de todos como se fosse um bicho
*e apagou na rua como se fosse um nada!
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*MAGALY GRESPAN
*Miragem
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*Somos
*a cruz e a espada
*essa forma de querer
*o hoje que voa.
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*olho o relógio
*tão leve
*mal soa
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*diz até breve
*outro dia
*ressoa
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*e quando se vê
*a vida se perde
*num floco
*de neve.
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*GLAUCIA QUADROS
*A Primeira Verdade
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*Primavera.
*A primeira verdade.
*Prima vera.
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*Verde e cores.
*Folhas e flores.
*Azul amores.
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*A maior das estações:
*A primeira verdade.
*Seja sempre bem-vinda!
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*Salve, Prima.
*Salve, Vera.
*Salve, Primavera!
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*LU OLIVEIRA
*Mulher baiana
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*Mulher baiana
*sorriso dendê
*estampado na cara
*lágrima transformada
*em batuque
*de berimbau
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*Pau de chuva
*pulsante som
*que ecoa
*por todo horizonte
*leva o gingado
*do corpo dançante
*enquanto seduz
*teu prazer
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*Pimenta vermelha
*na branca pele
*ardente em teu desejo
*bailado em atabaques
*percussão ritmada
*no palpitar do asfalto
*em que desfila
*alfazemas incandescentes
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*Baiana mulher
*pecado entre as pernas
*cintura corri mão
*onde sobes os degraus
*da paixão des medida
*em doses afro disíacas
*de mel e tequila
*que formatam
*teus sentidos viris
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*Mulher baiana
*sobe a ladeira
*samba em flores
*suor cascata
*entre os seios
*que seguem a marcação
*do pulsar febril
*emanado dos
*olhares ciganos
*que se rendem
*ao seu encanto.
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