Inventário das Sombras: A galeria é a calçada e o artista o pedestre

Inventário das Sombras: A galeria é a calçada e o artista o pedestre

Inventário das Sombras: A galeria é a calçada e o artista o pedestre

Foto: Divulgação

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O Inventário das Sombras é uma das ações do Coletivo Madeirista, formado por poetas, músicos, artistas plásticos e grafiteiros de Porto Velho-RO. O projeto surgiu a partir do manifesto madeirista - (http://www.corocoletivo.org/coletivomaderista/index.htm) em 2004, na calçada da Casa de Cultura Ivan Marrocos. Mas o coletivo já existe há oito anos e tem a única finalidade: fazer arte. Segundo o coordenador Joesér Alvarez, o coletivo não é uma reunião de um determinado grupo com uma única finalidade, e sim com múltiplas. “Podemos nos definir como um trabalho contínuo e progressivo que desenvolve qualquer tipo de ação ligada a arte, com projetos coletivos e individuais”. A proposta é simples e não requer prática nem habilidades específicas: basta pintar a própria sombra na calçada e fazer um grafismo que registre a presença da pessoa naquele momento. É como uma grande galeria de arte, onde as ruas e calçadas são os quadros e os pedestres os artistas. O inventário acontece de forma espontânea em ruas e praças da cidade. Os artistas do Coletivo Madeirista pedem aos que por eles passam que deixem ser desenhadas as suas sombras na calçada. Enquanto os artistas delineiam os contornos no chão, capicia o contato e familiaridade da pessoa com arte, e no final, ela mesma pinta a sua sombra, enquanto um outro membro do grupo filma a cena na qual o artista é o próprio pedestre. Essa experiência de fazer da rua uma grande galeria de arte já foi feita no interior do Estado de Rondônia e em outras cidades do país como no Rio de Janeiro, durante a última Bienal da União Nacional de Estudantes (UNE); em São Paulo, e em Vitória (ES). O Madeirista conta com mais de 10 artistas inscritos, mas atuando mesmo dentro do coletivo são poucos atualmente. Qualquer artista ou pessoa pode participar do grupo desde que, segundo Joesér, preencha alguns critérios. Dois deles são importantes: 1) é preciso querer trabalhar coletivamente; 2) não é necessário ser artista, mas inteligência e algumas habilidades são necessárias. Os artistas já ganharam um prêmio de arte digital, o Digital Art Award 2007, da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), que visa reconhecer iniciativas que promovam uma reflexão inovadora entre arte e tecnologia e a sua interação na sociedade de informação.
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