*A CNBB, como era de se esperar, sugere aos católicos votar
"sim". Felizmente entre católicos é comum a prática do livre
arbítrio. Vai daí que nem tudo que a CNBB apregoa a maioria
católica não segue.
*No caso de agora a CNBB, como era de se esperar, se junta a
atores e artistas para fazer apelos a favor de um dos lados
nessa campanha em que o Estado mais uma vez passa um recibo
de incompetência ao realizar um referendo sem levar em conta
que o próprio Estado não cumpre seu papel constitucional.
Interessante é notar que os mesmos de agora são aqueles que
em 2002 ajudaram a eleger vocês sabem quem, e no que deu.
*Pior: atores e artistas estão de volta, gente que em 2002
literalmente crucificarm uma atriz, se não me engano Regina
Duarte, que teve a coragem de pedir votos para a candidatura
de José Serra.
*Quer dizer: foram eles que negaram a uma cidadã o direito
constitucional de exercer seu direito à escolha.
*Agora estão de volta. Como sempre com a fala macia, como
sempre procurando usar a imagem pública para convencer o
cidadão. Só que dessa vez não se trata de um voto que daqui
a 4 anos pode ser revisto.
*O que essa turma está querendo é fazer com que cada um de
nós deixe de lado um direito inalienável, o direito ao livre
arbítrio.
*O Estado está na dele. Incompetente para cumprir o que a
Constituição federal (e por extensão as estaduais) dizem com
relação ao dever do Estado e direito do cidadão, realiza um
referendo que, na realidade, pretende tirar um direito (de
optar por ter ou não uma arma) e de não dar ao cidadão o que
lhe é de direito, um sistema de segurança que funcione.
*E tome propaganda direcionada a desviar o cidadão do foco da
questão: o direito á segurança pública. Ou você pensa que,
aprovando "sim" terá direito a uma segurança pública
conforme a lei manda?
*Tenho questionado representantes de entidades como a OAB e a
Igreja sobre as posições que ambos segmentos tomam no caso
de direitos humanos. Pelo que tenho visto há uma tendência a
usar direitos humanos só para um lado.
*E não é para o lado do trabalhador, do cidadão. Como se
fosse via de mão única.
*Não gosto de arma. Mas também detesto quando alguém quer me
tirar um direito que é meu. No caso o direito de optar por
ter ou não ter arma.
*Eu quero ter o direito de não tê-la. Mas não quero perder o
direito a optar pelo direito de tê-la.
*Muitos dos que defendem o "sim" que pretende tirar um
direito do cidadão poderiam ver que nações totalitárias não
dão direitos ao cidadão. Por exemplo:
*Negam direito a ter mais de um filho.
*Negam direito a escolher um partido político.
*Negam direito à imprensa livre.
*Nem de longe pretendo comparar alguém a Hitler, mas é bom
lembrar que Hitler também chegou ao Poder através do voto. A
partir daí outros direitos foram sendo negados.
*Portanto, é bom estar atento. Não ir atrás dos que aparecem
na TV com textos bem elaborados para pedir que você vote com
eles. Até porque muita gente ainda amarga o gosto de três
anos atrás.
*Até outro dia, se Deus quiser!
*(E se nos derem o direito a ter outro dia!)
*
*jotalucio@mandic.com.br