Outra atração do Cinema BR em Movimento, o cinedocumentário “Justiça”, que traz uma importante reflexão sobre o poder judiciário brasileiro, é atração da programação do CineOca para este domingo (04), no Sesc/Esplanada. >>>
*Depois do sucesso da exibição de “Cinema, Aspirinas e Urubus”, filme premiado exibido no domingo passado no CineOca, numa parceria com o Cinema BR em Movimento, o cineclube de Porto Velho volta a apresentar mais uma atração do projeto cultural patrocinado pela Petrobrás, o documentário “Justiça”, que traz uma importante reflexão sobre o poder judiciário brasileiro. A película revela os bastidores do sistema ao acompanhar sete personagens em processos que tramitam no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Na tela estão todos os lados dessa história: juízes, uma defensora pública, réus, seus familiares, a polícia e testemunhas.
*Na sessão desse domingo dia, dia 4, às 17 horas, no Audicine do Sesc/Esplanada, outro grande parceiro do CineOca, também será exibido o curta-metragem “Mina da Fé”, numa estratégia para valorizar as produções mais curtas, que nem sempre têm oportunidade de difusão. Na semana passada o curta-metragem sobre o funeral de Glauber Rocha rendeu comentários entusiasmados no CineOca. “É nossa proposta debater o filme logo após a exibição, o que dá oportunidade de descobrir novos olhares sobre a obra”, explica Myrela França, presidente do cineclube.
*“Cinema, Aspirinas e Urubus” também impressionou o público que viu na produção uma qualidade técnica surpreendente. Os temas do roteiro foram debatidos com interesse, assim como as personagens e o desafio da atuação dos atores. “Ficamos muito satisfeitos com o resultado”, exclama Malu Calixto, tesoureira do CineOca, ressaltando a importância da parceria de instituições e projetos como a Brasil Telecom, Secel, Fundação Iaripuna e os já mencionados Sesc e Cinema BR em Movimento, para a permanência do CineOca no cenário Cultural da Cidade.
*JUSTIÇA (longa-metragem)
*O cotidiano de um Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, incluindo as pessoas que ali trabalham diariamente, como promotores, defensores públicos e juízes, e ainda pessoas que estão apenas de passagem, como os réus.
*Crítica:
*“Justiça”, documentário de Maria Augusta Ramos, pousa a câmera onde muitos brasileiros jamais puseram os pés — um Tribunal de Justiça no Rio de Janeiro, acompanhando o cotidiano de alguns personagens. Há os que trabalham ali diariamente (defensores públicos, juízes, promotores) e os que estão de passagem (réus).
*A câmera é utilizada como um instrumento que enxerga o teatro
social, as estruturas de poder — ou seja, aquilo que, em geral,
nos é invisível. O desenho da sala, os corredores do fórum, a
disposição das pessoas, o discurso, os códigos, as posturas
— todos os detalhes visuais e sonoros ganham relevância. O
espaço, as pessoas e sua organização são registrados de
maneira sóbria. A câmera está sempre posicionada em relação
à cena mas não se move dramaticamente, não busca a falsa
comoção. Sinal de respeito, de não-exploração. No filme, não há
entrevistas ou depoimentos, a câmera registra o que se passa
diante dela. Maria Augusta Ramos observa um universo institucional extremamente fechado e que raras vezes é tratado pelo cinema
ficcional brasileiro. Seu filme é tão mais importante em função
de nossas limitações em termos de representação dos sistemas
judiciais. Em geral, nosso olhar é formado pela visão do cinema
americano, os “filmes de tribunal”. “Justiça”, sob esse aspecto, é
um choque de realidade.
*A cineasta vai acompanhar um pouco mais de perto uma
defensora pública, um juiz/professor de direito e um réu.
Primeiro, a câmera os flagra no “teatro” da justiça; depois, fora
dele, na carceragem da Polinter e na intimidade de suas famílias.
Com suas opções claras, que não são escondidas por sua
opção pela sobriedade e pela simplicidade, Maria Augusta
Ramos deixa evidente que, como os documentários, a justiça
está muito longe de ser isenta. Como e para quem a justiça
funciona no Brasil é a questão que se apresenta em seu filme,
sem respostas definitivas ou julgamentos preconcebidos. (Pedro Butcher, Revista Cinemais)
*Documentário - 2004 – Colorido
*Direção: Maria Augusta Ramos
*Elenco: Carlos Eduardo, Elma Lusitano, Alan Wagner, Geraldo Luiz Mascarenhas Prado, Fátima Maria Clemente e Maria Ignez Kato.
*Duração: 100 min.
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* MINA DE FÉ (curta-metragem)
*A vida de uma jovem pode ser realmente difícil quando seu amor é o chefe do tráfico local. Assim é a vida de Silvana. *Através da personagem a diretora oferece um olhar feminino sobre essa realidade.
*Ficção - 2004 – Colorido
*Direção: Luciana Bezerra
*Elenco: Carla Severo, Luciano Vidigal e Manuel Júnior
*Duração: 15 min