ENTENDA O CONFLITO: Disputa pela prefeitura de Porto Velho definirá quadro para 2026

Hildon tornando Mariana vitoriosa, o tucano voará alto com favoritismo no confronto contra Sérgio Gonçalves

ENTENDA O CONFLITO: Disputa pela prefeitura de Porto Velho definirá quadro para 2026

Foto: Divulgação

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Vale a verdade

A determinação do ministro Flávio Dino, do STF, de que os seis estados da Amazônia expliquem a concentração de 85% dos focos de queimadas em apenas 20 municípios da região pode ser chover no molhado, já que as autoridades estaduais são as principais interessadas no diagnóstico da realidade do desmatamento e do fogaréu. Em todo o caso, a providência faz parte da concatenação entre União, estados e municípios em torno de medidas adequadas de enfrentamento às queimadas na Amazônia e no Pantanal.

 

É preciso que não só os seis estados, mas toda a nação, tomem conhecimento amplo do que realmente acontece, no mínimo para escapar da irritante boataria disseminada ora por governistas, ora por oposicionistas, que nas redes sociais não são exatamente poços de verdade e decência. A guerra suja nas redes sociais transforma verdade em mentira e mentira em verdade, semeando a confusão na base da lei da selva, segundo a qual grita ou rosna mais – ou seja, viraliza suas próprias fake news – tem mais razão.

 

O conhecimento da realidade das queimadas é necessário até para saber a quem responsabilizar pelas grandes perdas que o agronegócio sofre com a destruição ambiental: culturas altamente valorizadas abortando, gado morrendo e o futuro comprometido. As perdas por eventos climáticos extremos somaram ao redor de R$ 300 bilhões em uma década – volume similar ao previsto para aplicação no desenvolvimento industrial do país até 2033

 

 

Fazendo as contas

 

Vamos aos dois lados da campanha eleitoral em Porto Velho. Do lado da candidata Mariana Carvalho (União), com os recentes apoios de Célio Lopes (PDT) e Benedito Alves (Solidariedade), mais os 40 mil votos de vantagem do primeiro turno, a fatura será liquidada até certa facilidade neste segundo turno, programado para o próximo dia 27. Os marianistas estão confiantes que o adversário, no caso Leo Moraes (Podemos) sequer terá tempo suficiente para reverter uma situação que é claramente favorável a candidata chapa branca, já que temos poucos dias de semana e que Mari já estará afiada para os debates não cedendo terreno ao adversário..

 

Efeito manada

 

Do lado de Leo Moraes, a adesão do deputado federal Fernando Máximo, o mais votado de Rondônia, que era considerado favorito para a prefeitura da capital é decisiva e vale mais do que todos os apoios recebidos pela adversária. Garantem que a virada já aconteceu, a onda Leo rola solto, como um verdadeiro efeito manada. Em clima de otimismo, o comando de campanha  do candidato oposicionista acelera o passo para colocar uma boa diferença sobre Marina Carvalho, que pilota uma aliança de 12 partidos, mas segundo eles está rachando em pedaços como uma melancia.

 

Guerra de pesquisas

 

O segundo turno em Porto Velho prossegue com uma guerra de pesquisas entre as campanhas de Mariana Carvalho (União) e Leo Moraes (Podemos). Ambas com resultados dispares e vai se saber quem está mentindo, ou se todas as pesquisas são mentirosas. Da minha parte, nem pão, nem queijo. Se forem somados os resultados das duas sondagens que acompanhei (uma de cada lado) e dividir por dois, vai dar um equilíbrio de forças. Se for levado em conta o crescimento de Leo, também vamos chegar a um certo equilíbrio entre as duas candidaturas. Vamos ver os próximos rounds da campanha com os debates em sequência.

 

Tem conspiração?

 

Nos bastidores políticos na capital já se respira as eleições estaduais de 2026. Isto pode colocar os grupos políticos do prefeito Hildon Chaves com o vice-governador Sergio Gonçalves em lados opostos desde já. Não há como negar que lideranças ligadas ao vice-governador estão mudando de orientação e se alinhando ao candidato oposicionista Leo Moraes (Podemos). Porque isto estaria ocorrendo? Existem interesses dispares destas duas lideranças para 2026. Hildon ganhando a eleição com Mariana se torna um poderoso concorrente ao CPA e isto não interessa ao grupo político do vice-governador interessado ao mesmo cargo.

 

Entenda o conflito

 

Está difícil de esconder o conflito de interesses entre as duas lideranças acima. Uma derrota de Mariana prejudica a possibilidade de uma candidatura vitoriosa de Hildon Chaves (PSDB) em 2026 ao governo estadual. No campo da estratégia, seria um belo golpe no  alcaide. Hildon tornando Mariana vitoriosa, o tucano voará alto com favoritismo no confronto contra Sérgio Gonçalves. Portanto é preciso aparar as asas do tucano ainda que é tempo. Se acredita que Sergio Gonçalves já tem sua chapa pronta para 26: ele ao governo, Marcos Rocha e Silvia Cristina ao Senado.

 

Vitória de Mariana

 

Numa vitória de Mariana, com Hildon Chaves como candidato ao governo estadual ele vem para as eleições de 2026 com o atual senador Marcos Rogério (PL) a reeleição. O alcaide ainda teria o direito de lançar mais um candidato ao Senado, já que são duas vagas em disputa, mas a preferência ficará centrada em Marcos Rogério para a peleja da reeleição. Havendo o enfraquecimento de Hildão, com uma eventual derrota de Mariana, Rogério seria o candidato ao governo estadual, Hildon ao Senado e viria para a eleição estadual com apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro. Se Hildão é o bicho na capital, Bolsonaro é o cara no interior de Rondônia,

 

Fazendo as contas

 

Hildão é imensamente mais popular que o governador Marcos Rocha na capital. Havendo um embate direto entre os dois, numa eventual disputa ao Senado, com certeza o tucano levaria a melhor. Mas existe o jogo de conveniências entre os grupos Hildon/Mariana contra Rocha/Gonçalves para as eleições municipais na capital. Pergunta-se até que ponto poderá ser encenada uma harmonia entre estes agrupamentos, se o punhal da traição já está meio escancarado. Afinal, junto com Fernando Máximo (União Brasil) estão vindo muitas lideranças ligadas ao atual vice-governador na campanha de Leo Moraes.

 

Via Direta

 

*** Nossos vizinhos: Em Rio Branco, o prefeito Tião Bocalon foi reeleito com boa vantagem ratificando a força do bolsonarismo. Em Manaus a briga também acontece entre dois bolsonaristas, para o segundo turno: o prefeito David Almeida e o capitão Alberto Neto *** Como se vê, o bolsonarismo segue forte na região Norte, já que em Porto Velho também colocou sua candidata Mariana no segundo turno *** Expectativa de uma grande final no pleito em segundo turno na capital rondoniense. Grande mobilização dos candidatos antagonistas Mariana e Leo Moraes *** Nem a campanha eleitoral turbinou o comércio em PVH. Muitas queixas no comércio lojista.

 

 

 

 

 

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