Cerca de 546 mil pessoas morrem por ano no mundo devido ao calor extremo, e outras 154 mil mortes em 2024 foram provocadas pela fumaça de incêndios florestais, segundo o relatório Contagem Regressiva em Saúde e Mudanças Climáticas, publicado pela revista The Lancet em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
O estudo, divulgado na Inglaterra às vésperas da COP30, em Belém (PA), alerta que 2024 foi o ano mais quente da história e pede a redução do uso de combustíveis fósseis e adaptações urgentes para proteger a saúde da população.
Entre 2020 e 2024, a média global foi de 19 dias de ondas de calor por ano, sendo 16 provocados pelo aquecimento global.
No Brasil, o relatório aponta 7,7 mil mortes anuais ligadas à fumaça de queimadas e 3,6 mil associadas ao calor. A população foi exposta, em média, a 15,6 dias de onda de calor por ano, 94% deles atribuídos às mudanças climáticas.
Na América Latina, a temperatura média atingiu 24,3°C em 2024, o maior nível já registrado, com 13 mil mortes anuais relacionadas ao calor.
Os cientistas alertam que a adaptação às mudanças climáticas “não é mais opcional” e destacam o papel do Brasil na COP30 como líder potencial em ações sustentáveis e de proteção à saúde global.