FORD MAVERICK HYBRID: Como anda a única picape híbrida do país?

Modelo tem consumo muito baixo e bom desempenho, mas peca na oferta de equipamentos e no acabamento interno

FORD MAVERICK HYBRID: Como anda a única picape híbrida do país?

Foto: Reprodução

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A Ford Maverick é a primeira e, ao menos até o momento, única caminhonete híbrida do mercado brasileiro. A configuração com esse tipo de propulsão é a Lariat Hybrid, que tem preço de R$234.890: são exatos R$10 mil a mais que a versão Lariat FX4, com mecânica a combustão. Vale a pena? Assista ao vídeo e saiba mais!

 

Consumo da Ford Maverick Hybrid
 
Se a ideia do postulante a proprietário for conciliar a capacidade de carga de uma picape a um consumo realmente baixo, a resposta possivelmente será sim. Nas mãos do VRUM, a Ford Maverick cravou 17,7km/l na cidade e 16,7km/l na estrada, sempre com gasolina, único combustível que ela consome. Excelentes resultados, em especial para uma caminhonete com 1.700kg de peso. No Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular, do Inmetro, o modelo obteve 15,7km/l no ciclo urbano e 13,6km/l no rodoviário.
 
Dirigibilidade
 
Porém, o melhor da Ford Maverick Hybrid é que o baixo consumo vem associado a um bom desempenho. Ela não tem a pujança da versão FX4, com motor 2.0 turbo, mas o caso é que a performance convence. Na cidade, a picape arranca e acelera com desenvoltura surpreendente para seu porte. Na estrada, o modelo consegue fazer ultrapassagens tranquilas e subir serras sem esforço.
 
Afinal, são 194cv de potência combinada, além de 28,5kgfm de torque combinado. Essa força vem de dois motores: um 2.5 de aspiração natural, com funcionamento em ciclo Atkinson, e outro elétrico, que a entrega de modo imediato. O câmbio é automático do tipo CVT, e a tração, dianteira. Há ainda um eficiente conjunto de freios a disco nas quatro rodas, com sistema de frenagem regenerativa, que ajuda a recarregar a bateria, reaproveitando uma energia que seria dissipada.
 
Como funciona o sistema híbrido?
 
Nesse ponto, vale lembrar que o sistema híbrido é do tipo tradicional, e não plug-in, no qual o motorista pode recarregara bateria na tomada, como em um carro 100% elétrico. Na Ford Maverick Hybrid, tanto o motor elétrico quanto o a combustão tracionam as rodas: em situações de baixa demanda de potência, só o primeiro atua; em situações de maior aceleração ou quando a carga da bateria atinge determinado nível (já que ele também atua como gerador), o segundo entra em ação. Tudo de maneira automática, sem a intervenção do motorista.
 
No mais, a dirigibilidade da Ford Maverick Hybrid também surpreende quanto à estabilidade: apesar da enorme massa corporal, ela consegue fazer curvas com muita desenvoltura e segurança, praticamente como um SUV compacto. A direção com assistência elétrica, direta e bastante regressiva, também contribui para esse comportamento afiado.
 
É verdade que, para conseguir tal equilíbrio, o fabricante adotou um acerto firme na suspensão, que acaba transmitindo muitas das irregularidades da pavimentação para o habitáculo. Ao menos, o bom vão livre da carroceria, de 21,1cm, mantém a caminhonete livre de esbarrões contra o solo. Outro ponto positivo é o baixo nível de ruído a bordo.
 
Interior
 
Entre as picapes com construção do tipo monobloco (nas quais a carroceria é estrutural e não há um chassi em separado), a Ford Maverick é a mais espaçosa para os ocupantes, e a versão Hybrid não é diferente. No banco traseiro, adultos encontram vãos mais que suficientes para as pernas e a cabeça. Além do mais, o encosto não é muito vertical, favorecendo o conforto. Mesmo se três pessoas se sentarem ali, o resultado ainda é razoável. O ressalto baixo no assoalho favorece os pés do terceiro ocupante.
 
A turma do fundão conta ainda com apoio de braço central com porta-copos e entrada USB, mas a Ford Maverick Hybrid fica devendo as saídas de ar dedicadas. Outra boa notícia é que há muitos porta-trecos a bordo, sendo o maior deles embaixo do assento traseiro: ali, dá até para guardar bolsas e mochilas pequenas (coisa muito útil em qualquer picape). No console central, há mais nichos para objetos, incluindo uma prática divisória com espaços para o celular.
 
Por sua vez, o motorista encontra um posto de comando ergonômico, com um banco que apoia bem as coxas e a coluna. O volante, além de boa pegada, tem ajustes em altura e distância. Já o painel é completo e mescla instrumentos analógicos - inclusive mostrador de carga, para que o motorista acompanhe quando a frenagem regenerativa está atuando - com uma tela central de 6,5 polegadas.
 
Porém, há um quesito no qual o interior da Ford Maverick Hybrid deixa a desejar: o acabamento. É que o painel é todo de plástico rígido, assim como as forrações das quatro portas, que pelo menos trazem apoios de braço acolchoados. Apesar da boa montagem geral, trata-se de um material muito simples para o segmento no qual a caminhonete se insere.
 
Caçamba da Ford Maverick Hybrid
 
 
A caçamba da Ford Maverick Hybrid tem 938 litros de volume: bom número em relação ao porte e à concorrência. Já a capacidade de carga é de 659 kg: está no mesmo nível de uma Fiat Toro turboflex (670kg), mas é inferior ao da Ram Rampage 2.0 turbo a gasolina, que chega a 750kg. Se a comparação for as versões a diesel desses modelos, que levam 1 tonelada, a desvantagem é evidente. O compartimento de carga tem iluminação e protetor, mas não vem com capota marítima (que é acessório), ausência quase inacreditável nessa categoria.
 
Conectividade
 
A central multimídia da Ford Maverick Hybrid tem tela de 8 polegadas e compatibilidade com Android Auto e Apple CarPlay, mas com conectividade por cabo. Há entradas USB e mini USB no console central e para os passageiros do banco de trás, mas a picape não traz carregador por indução para o celular: outra ausência grave nesse segmento.
 
Equipamentos da Ford Maverick Hybrid
 
 
A Ford Maverick Hybrid vem com pacote único de equipamentos, que inclui:sete airbags (frontais, laterais, do tipo cortina e para os joelhos do motorista), assistente de frenagem com detecção de pedestres e ciclistas, controles eletrônicos de estabilidade, tração e de reboque, faróis em LED com acendimento e luz alta automáticos, câmera de ré e assistentes de partida em rampa e de frenagem pós-colisão.
 
Há ainda monitoramento de pressão dos pneus,chave presencial com botão de partida, bancos revestidos em material que imita couro, sendo que o do motorista traz ajustes elétricos, e ar-condicionado digital com duas zonas de temperatura.
 
E então, vale a pena?
 
Ao menos enquanto não houver outra caminhonete híbrida no mercado brasileiro, a Ford Maverick continuará se destacando pelos ótimos números de consumo, aliados a um bom desempenho. Além disso, a picape é espaçosa e boa de dirigir. O preço, de R$234.890, cabe recapitular, assusta, mas o fato é que ele está, literalmente, entre as duas concorrentes diretas, ambas com mecânica convencional: a Fiat Toro custa de R$152.990 até R$212.990 enquanto os valores da Ram Rampage vão de R$249.990 a R$287.990.
 
A Ford afirma que a versão híbrida da Maverick tem proposta mais urbana. Aqueles que querem uma picape com maior aptidão off-road devem ficar com a Lariat FX4, com mecânica convencional, que traz tração integral. Adquirir um veículo com mais de 5 metros de comprimento para rodar na cidade é um contra-senso, mas o fato é que uma parcela significativa dos compradores de caminhonetes faz esse tipo de utilização, transportando carga na caçamba de maneira esporádica, e o fabricante sabe disso. Se essa é a ideia, a versão Hybrid tem predicados únicos.
 
Em vista do preço cobrado, entretanto, a Ford Maverick Hybrid deveria entregar mais equipamentos. Afinal, a caminhonete deixa de fora recursos como teto solar, câmeras com visão em 360 graus, controlador de velocidade adaptativo (há só só o convencional) e retrovisor interno eletrocrômico. Porém, os itens que mais fazem falta são os sensores de estacionamento, que não estão presentes nem mesmo na traseira, e os alertas de ponto cego: ambos seriam muito úteis em um veículo grande e com a tal proposta urbana.
 
 
Ficha técnica da Ford Maverick Hybrid
 
Direito ao esquecimento

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