EM FRENTE: Mourão diz que Bolsonaro tem que passar faixa a Lula e condena manifestações

Eleito senador, general também afirmou que “a política não pode estar dentro do quartel” e que a relação das Forças Armadas com Lula deve ser tranquila

EM FRENTE: Mourão diz que Bolsonaro tem que passar faixa a Lula e condena manifestações

Foto: Divulgação

 

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão (Republicanos), eleito senador pelo Rio Grande do Sul, rejeitou assumir a entrega da faixa presidencial ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), diante da possibilidade de o presidente Jair Bolsonaro (PL) se recusar a fazer esse gesto. Segundo o general da reserva, a passagem do adereço “é do presidente que sai para o presidente que entra”. 
 
A transmissão do adereço não passa de uma solenidade, ou seja, o gesto não é imprescindível para que o presidente eleito tome posse. O novo chefe do Executivo passa a ocupar formalmente o cargo após fazer juramento à Constituição no Congresso Nacional.
 
“Não adianta dizer que eu vou passar. Eu não sou o presidente. Eu não posso botar aquela faixa, tirar e entregar. Então, se é para dobrar, bonitinho, e entregar para o Lula, qualquer um pode ir ali e entregar”, afirmou Mourão, em entrevista ao jornal Valor Econômico, publicada na última quarta-feira (16).
 
Citando o ex-primeiro ministro britânico Winston Churchill, ele defendeu que o atual presidente deveria encarar o sucessor na rampa do Planalto, com “um gesto de altivez e desafio”: “Toma aí, te vira agora, meu irmão. Te vejo em 2026”.
 
'O Lula nunca meteu os pés pelas mãos junto às Forças’
 
Na mesma entrevista, Mourão deixou um recado para desencorajar as manifestações com teor antidemocrático que pedem “intervenção militar” no País. Segundo ele, a direita bolsonarista deve trabalhar politicamente para retornar ao Poder em 2026, além de se eleger para as prefeituras em 2024.
 
Ele também opinou que “a política não pode estar dentro do quartel” e que a relação das Forças Armadas com o presidente eleito deve ser tranquila. “O Lula nunca meteu os pés pelas mãos junto às Forças”, ressaltou o general.
 
Bolsonaro mantém isolamento no Alvorada e silêncio
 
Enquanto isso, Bolsonaro continua em silêncio nas redes sociais e recluso no Palácio da Alvorada. Ele não se manifestou nem sobre o possível pedido do seu partido para anular as eleições de 2022, tampouco falou algo a respeito das manifestações de apoiadores neste 15 de novembro. Também não fez qualquer pronunciamento sobre a data que marca a Proclamação da República.
 
Com mandato a cumprir até 31 de dezembro, Bolsonaro também segue sem ir ao Palácio do Planalto, seu local de trabalho. Os raros compromissos oficiais são agendados para a residência oficial, onde passa a maior parte do dia sem receber visitas. Nesta quarta-feira, a única reunião está marcada para 15h, com previsão de acabar às 15h30. Ele recebe o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.
 
Outrora sempre falante em público e muito ativo nas redes sociais, Bolsonaro decidiu se manter isolado no Alvorada e distante dos seus apoiadores desde a derrota nas urnas para seu maior rival político, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no segundo turno eleitoral, realizado em 30 de outubro. 
 
Com a rotina de encontros quase diários com apoiadores no chamado “cercadinho” do Alvorada durante seu mandato, o chefe do Executivo nunca mais saiu para conversar com a militância. As tradicionais lives realizadas às quintas-feiras em suas redes sociais também deixaram de acontecer nas duas últimas semanas, sem nenhum recado ou aviso.
 
A agenda de Bolsonaro deixou de ser cumprida do Palácio do Planalto – sede do governo e do gabinete presidencial – na maioria dos registros disponíveis. O mandatário esteve no local apenas em duas ocasiões: em 31 de outubro, um dia após o resultado eleitoral, e em 3 de novembro, quando teve um rápido encontro com o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB).
 
Desde 30 de outubro, os compromissos da agenda oficial têm sido cumpridos no Alvorada e se resumem a encontros com ministros, além de despachos internos. Fugiu à regra de isolamento, apenas, um encontro com o governador reeleito do Paraná Ratinho Júnior (PSD), em 9 de novembro. Nas duas últimas duas semanas, seis dias úteis constaram sem compromissos oficiais na agenda do presidente.
 
Bolsonaro não fez reconhecimento público da vitória de Lula
 
Além das duas idas ao Planalto, Bolsonaro foi visto deixando o Alvorada em apenas mais uma ocasião. Em 1º de novembro, ele foi ao Supremo Tribunal Federal (STF) e se reuniu com ministros após o único pronunciamento feito desde o segundo turno e quase 45 horas depois de sua derrota.
 
Em pronunciamento de dois minutos, ele não reconheceu a vitória de Lula e afirmou que a reação de apoiadores com manifestações ao redor do país e o bloqueio de estradas era “fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu as últimas eleições”, reprovando o “cerceamento do direito de ir e vir”. Sem uma condenação enfática aos atos dos apoiadores, Bolsonaro foi às redes sociais dois dias depois, em 3 de novembro, quando publicou um vídeo pedindo a liberação das rodovias.
 
As publicações feitas em redes sociais, antes frequentes e realizadas mais de uma vez ao dia, também ficaram espaçadas. Além do vídeo aos apoiadores, o mandatário apareceu apenas  em 8 de novembro e publicou fotos de sua campanha eleitoral. Diferentes imagens foram divulgadas no Twitter, Facebook e Instagram, sem qualquer legenda. Há registros, inclusive, do lançamento de sua candidatura em julho, no Maracanãzinho, no Rio de Janeiro (RJ).
 
Na última quinta-feira (10), o ministro das Comunicações, Fábio Faria, afirmou que esteve com Bolsonaro e que o presidente estava “muito sereno”. “Ele sabe o que representa para o Brasil, o tamanho do Bolsonarismo e que saiu vitorioso nas eleições do Congresso e governadores”, publicou no Twitter.
 
 
 
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