UCRÂNIA: EUA pressionam por cancelamento de ida de Bolsonaro à Rússia

De acordo com o jornal O Globo, representantes da Casa Branca argumentaram que o momento não é adequado para o encontro entre Bolsonaro e o presidente russo, Vladimir Putin, pois poderia ser interpretado como a tomada de um lado na crise Rússia-Ucrânia pelo Brasil

UCRÂNIA: EUA pressionam por cancelamento de ida de Bolsonaro à Rússia

Foto: Divulgação

Receba todas as notícias gratuitamente no WhatsApp do Rondoniaovivo.com.​

Em meio às tensões envolvendo temores de uma invasão da Ucrânia pela Rússia, o governo dos Estados Unidos tem intercedido junto ao brasileiro para que seja cancelada a viagem do presidente Jair Bolsonaro a Moscou programada para meados deste mês, segundo noticiaram veículos da imprensa brasileira.
 
De acordo com o jornal O Globo, representantes da Casa Branca argumentaram que o momento não é adequado para o encontro entre Bolsonaro e o presidente russo, Vladimir Putin, pois poderia ser interpretado como a tomada de um lado na crise Rússia-Ucrânia pelo Brasil.
 
Ao jornal, uma fonte do governo brasileiro afirmou que essa não será a mensagem da visita. "Desejamos o entendimento diplomático entre Rússia e Ucrânia, dois países com os quais temos ótimas relações", disse.
 
De acordo apuração da Folha de S.Paulo e do Poder360, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, manifestou preocupações quanto a essa possível mensagem simbólica da visita de Bolsonaro em conversa telefônica com o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Carlos França, no último domingo (30/01).
 
Segundo o Poder360, França informou a Blinken que a viagem de Bolsonaro está mantida e que o Brasil segue a favor de solução diplomática duradoura para as tensões.
 
Em 10 de janeiro – dias depois de o Brasil assumir uma vaga rotativa no Conselho de Segurança da ONU, com mandato de dois anos –, Blinken havia pedido ao governo Bolsonaro uma reposta "forte e unida" contra as "novas agressões da Rússia” à Ucrânia.
 
No telefonema deste domingo, além de manifestar apreensão em relação à ida de Bolsonaro a Moscou, Blinken teria pedido que o Brasil votasse nesta segunda a favor da realização de uma reunião no Conselho de Segurança da ONU sobre a situação da Ucrânia – o que o Brasil acabou fazendo.
 
Na reunião, Ronaldo Costa Filho, embaixador do Brasil na ONU, tentou manter uma posição neutra e apelou ao diálogo entre as partes envolvidas nas atuais tensões em torno da Ucrânia.
 
"A proibição do uso da força e a resolução pacífica de disputas e o princípio de soberania e integridade territorial e a proteção de direitos humanos são pilares do nosso sistema coletivo de segurança", afirmou.
 
À Folha, a embaixada americana em Brasília afirmou que "EUA, Brasil e outras nações democráticas têm a responsabilidade de defender os princípios democráticos e proteger a ordem baseada em regras, além de reforçar essa mensagem à Rússia em toda oportunidade".
 
A viagem de Bolsonaro
 
Bolsonaro confirmou na última quinta-feira sua viagem a Moscou. Segundo o Palácio do Planalto, a data ainda não está definida, mas a previsão é que o presidente embarque para a Rússia por volta do dia 12 de fevereiro.
 
De acordo com Bolsonaro, o convite para o encontro veio de Putin, e o objetivo é estreitar os laços e melhorar as relações comerciais entre os dois países. Questionado por um apoiador se o líder russo seria conservador e "gente da gente", Bolsonaro respondeu que ele "é conservador, sim".
 
A viagem à Rússia deverá ser seguida de uma visita à Hungria, onde Bolsonaro deverá se encontrar com o primeiro-ministro Viktor Orbán, de ultradireita. Nesta terça-feira, Orbán se reunirá com Putin.
 
A crise Rússia-Ucrânia
 
Os Estados Unidos e a Otan afirmam que cerca de 100 mil soldados russos estão estacionados junto à fronteira com a Ucrânia, o que gerou temores de uma invasão por Moscou. O Kremlin nega estar planejando uma investida contra o país vizinho e acusa o Ocidente de criar uma "histeria".
 
O governo do presidente americano, Joe Biden, e países aliados vêm tentando evitar a temida invasão por meio da diplomacia e ameaçaram impor sanções econômicas à Rússia, inclusive diretamente contra Putin.
 
Apesar das negociações em andamento, Rússia e EUA não conseguiram chegar a nenhum acordo nas últimas semanas para aliviar as tensões.
 
Embora Moscou afirme que não tenha planos de invadir a Ucrânia, exige que a Otan prometa que não vai permitir a adesão de Kiev à Aliança Atlântica e que reduza sua presença militar na Europa Oriental. Tanto a Casa Branca quanto a Otan recusaram os pedidos, chamando as exigências de "impossíveis".
 
Nesta terça-feira, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, deve viajar para Kiev para conversar com o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, que acusa o Ocidente de criar "pânico" e prejudicar a economia de seu país com conversas sobre guerra.
Direito ao esquecimento

A política de comentários em notícias do site da Rondoniaovivo.com valoriza os assinantes do jornal, que podem fazer comentários sobre todos os temas em todos os links.

Caso você já seja nosso assinante Clique aqui para fazer o login, para que você possa comentar em qualquer conteúdo. Se ainda não é nosso assinante Clique aqui e faça sua assinatura agora!

Você é a favor do fim da escala 6x1?

* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!

MAIS NOTÍCIAS

Por Editoria

PRIMEIRA PÁGINA

CLASSIFICADOS veja mais

EMPREGOS

PUBLICAÇÕES LEGAIS

DESTAQUES EMPRESARIAIS

EVENTOS