Pedidos de refúgio de venezuelanos em RR ultrapassa 12 mil solicitações

O número de solicitações de refúgio de venezuelanos em Roraima chegou a marca dos 12.193

Pedidos de refúgio de venezuelanos em RR ultrapassa 12 mil solicitações

Foto: Divulgação

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O número de solicitações de refúgio de venezuelanos em Roraima chegou a marca dos 12.193 pedidos de janeiro a setembro de 2017. Com o aumento da crise econômica e política no país vizinho neste ano, a procura é quase cinco vezes maior que a soma de todos os pedidos feitos de 2014 a 2016.

Em 2014, foram registradas apenas nove solicitações de refúgio por venezuelanos no estado. No ano seguinte esse número cresceu para 230 e chegou a 2.230 em 2016.

Já neste ano, o número de pedidos não se mantém constante, mas tem sido crescente de maneira geral. O ápice de pedidos registrados ocorreu no mês de agosto, quando foram identificadas 2.439 solicitações. O aumento do movimento coincide com a execução da Assembleia Constituinte do presidente Nicolás Maduro que tomou posse no começo daquele mês.

Em setembro, foi registrada uma queda nas solicitações, mas mesmo assim o volume ainda impressiona. Foram registrados 1.492 pedidos de refúgio no estado.

Uma certa regularidade pode ser notada entre o primeiro semestre e os meses de julho a setembro de 2017. De janeiro a junho foram feitos 6.518 pedidos, enquanto que no terceiro trimestre foram 5.675.

Poder público precisa desenvolver ações práticas, avalia especialista

Na avaliação do antropólogo da Universidade Federal de Roraima, professor José Carlos Franco de Lima, é necessário que o poder público desenvolva ações práticas para acolher os imigrantes que entram em Roraima.

Para ele, o país governado por Maduro deve começar a ter estabilidade política devido a implantação da nova constituição. Entretanto, a fragilidade econômica e a falta de segurança na Venezuela continuará fazendo com que pessoas deixem o país em busca de melhores condições de vida.

"Embora eles consigam a estabilidade política, caso isso ocorra, eles não têm infrestrutura no setor primário, agrícola para abastecer o país e dependem de importação externa e eles estão com a ecocomia muito baixa. A outra questão é insegurança social, não existe estratégias para garantir a segurança da população, o que é uma ameça cotidiana", explicou.

Franco cita que diante do cenário, é fundamental que os governos brasileiros, nas esferas federal, estadual e municipal, façam políticas humanitárias que possa atender os imigrantes de forma que eles sejam inseridos na rotina da cidade.

"A questão de acolhimento passa por três momentos: o primeiro são as questões de abrigo, comida e vestuário. Depois tem a questão social, de incluir essas pessoas nos sistemas de saúde e educação, e o terceiro é o mercado de trabalho. E tudo isso depende de recursos, políticas públicas para atender esse contingente e prestar esses serviços a eles", analisa.

O antropólogo defende que a classe empresarial também tem um papel fundamental no acolhimento de venezuelanos que buscam trabalho e estabilidade financeira no país. Ele acredita que à medida em que os imigrantes vão sendo inseridos no mercado de trabalho a economia passe a movimentar.

"Os empresários têm que gerar emprego para produzir bens necessários e serviços e pagar justo [os venezuelanos]. Nosso papel é fazer todo o esforço para que eles tenham qualidade de vida e também para que não ocorra um choque de cultura com o brasileiro. Em um segundo momento todos vamos ganhar com isso [imigração]", avalia.

Venezuelanos em Roraima
O governo do estado estima que 30 mil venezuelanos entraram em Roraima desde 2016. A imigração cresce conforme a crise na Venezuela se alastra nos setores de emprego, alimentos e remédios.

Conforme dados divulgados pela Polícia Federal em Roraima, a maioria dos venezuelanos que migram para Roraima são de Caracas, capital do país. Mais de 58% são homens e jovens entre 22 e 25 anos. A maior parte deles são estudantes (17,93%), seguidos por engenheiros (6,21%), médicos (4,83%) e economistas (7,83%).

Nas filas para entrada no Brasil, no município de Pacaraima, cidade fronteiriça à Venezuela, os imigrantes relatam que deixam o país vizinho motivados pela fome e o desemprego. Muitos deles deixam emprego e família para recomeçar a vida no Brasil.

Nas ruas de Boa Vista muitos deles estão em busca de trabalho. Nos últimos sete meses o Ministério do Trabalho no estado (MTE-RR) registrou um recorde de emissão de carteiras de trabalho a imigrantes venezuelanos. Nesse período foram quase 3 mil carteiras entregues a cidadãos venezuelanos. Em 2015 foram emitidos apenas 257 documentos, já em 2016 esse número saltou para 1.331.

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