Sob disfarce, petistas lançam Dilma à Presidência e governo sofre ação de improbidade - Por Paulo Queiroz

Sob disfarce, petistas lançam Dilma à Presidência e governo sofre ação de improbidade - Por Paulo Queiroz

Sob disfarce, petistas lançam Dilma à Presidência e governo sofre ação de improbidade - Por Paulo Queiroz

Foto: Divulgação

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Política em Três Tempos
 
1 – PLENA CAMPANHA
 
A julgar pelas aparências, fé inquebrantável é o que não faltaria aos milhares de integrantes dos mais de 50 movimentos sociais – entre eles a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), o MST, a Via Campesina, a UNE, a CUT, o CIMI, a CPT e por aí vai -, que se deram ao trabalho de enviar representantes à Brasília nesta quarta-feira (26) para, num encontro com o presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT), entregar uma carta ao governo explicitando propostas e preocupações dos signatários. Fazendo média com o eleitorado enquanto sobrevoava a tragédia diluviana de Santa Catarina, Lula terminou não comparecendo ao encontro.
 
Mas, para não se darem por achados e nem perder a viagem, os crentes não apenas se deram por satisfeitos em ser recebidos pela sucessora (êpa!), a ministra Dilma Rousseff, Chefe da Casa Civil, como a aclamaram como futura presidente (êpa!, êpa!). Assim é que, diante de uma audiência de cerca de 900 desses representantes, a ministra teve seu nome lançado para a Presidência da República em pleno Palácio do Planalto. Ela foi chamada de "nossa sucessora" e "nossa futura presidente" por oradores na cerimônia.
 
Conforme relatou o jornal “O Globo”, o nome da ministra surgiu ao final da fala de Cleide Nilva Lima, da Coordenação Nacional das Entidades Negras (Conen), uma das várias oradoras do evento. Depois, outro representante, Saulo Manoel da Silveira, da União Nacional por Moradia Popular (UNMP), chamou-a de "nossa futura presidente". Tomada de surpresa, segundo o jornal, a ministra sorriu e não escondeu a satisfação com a reação da platéia que repetiu seu nome aos gritos, chamando-a de "poderosa", sob aplausos dos presentes, aí incluídos os ministros Luiz Dulci (Secretaria Geral da Presidência) e Guido Mantega (Fazenda), sentados ao seu lado.
 
Sem perda de tempo, o presidente nacional do DEM, deputado federal Rodrigo Maia (RJ), disse que vai entrar com uma ação por improbidade administrativa contra a ministra por suposta campanha eleitoral antecipada.
 
2 – CARTA PETISTA
 
De acordo com a assessoria jurídica do partido, ao usar as instalações públicas do Palácio do Planalto em solenidade com entidades sociais associada a fins promocionais de ordem pessoal objetivando à política eleitoral, Dilma feriu de forma "clara e inequívoca" a legislação, que exige do agente público “probidade no exercício de suas funções”. Pronto! Começou a campanha presidencial - agora para valer. Caso a alguém restasse alguma dúvida, está aí o episódio para não deixar o açodamento jornalístico mentir.
 
Mas não era disso que se pretendia falar, conforme se pode constatar no primeiro parágrafo. Pois é. Ao se conferir o documento cujo encaminhamento ao governo serviu de pretexto para a solenidade, verifica-se que ali estão alinhadas algumas plataformas que remetem à militância revolucionária. Bem verdade que tais movimentos estão, de pé a ponta, infestados de petistas. Ocorre que, como constatou César Benjamim ainda em 2003, no PT “não resta mais nenhum espírito transformador, nenhuma autenticidade, nenhum impulso vital. Não tem princípios a defender e não tem mais referências sobre coisa alguma”.
 
E, no entanto, o documento fala de um insuportável cansaço “de tanta dominação capitalista, e agora assistimos às crises financeiras e à ofensiva dos interesses do império que controla as riquezas naturais, minerais, a água, as sementes, o petróleo, a energia e o resultado de nosso trabalho. Diante disso, queremos apresentar-lhe algumas propostas concretas para que possamos resolver, de fato, os problemas do povo, e impedir que de novo as grandes empresas transnacionais e  os bancos transfiram para o povo o custo da crise”.
 
Clama por “medidas concretas que  visem melhorar as condições de vida do povo, garantindo os direitos à educação pública, gratuita, democrática e de qualidade em todos os níveis, à moradia digna, ao acesso à cultura e às reformas urbana e agrária”. Não sem constatar o óbvio: “Infelizmente, a maioria do povo não tem acesso a esses direitos básicos”.
 
3 – TEMPOS PERDIDOS
 
É formidável. Mais formidável inda se consideradas as propostas propriamente ditas. Algumas delas há muito foram tomadas por outras organizações de bases mais populares – e só quando proclamadas por estas fazem sentido e inspiram solidariedade. Como esta: “Contra a criminalização da pobreza e dos movimentos sociais. Pelo fim da violência e pelo livre direito de manifestação dos que lutam em defesa dos direitos econômicos, sociais e culturais dos povos”. Algo de que há muito não podem se queixar entidades como a CUT, a UNE, a ABONG e uma pá de outros signatários.
 
Algumas tentam recuperar antigos compromissos petistas, isso antes de o partido tornar-se “uma via de ascensão individual para a afluência material e o poder” – não mais que isso. Como esta outra: “Realizar a auditoria integral da dívida pública para lançar as bases técnicas e jurídicas para a renegociação soberana do seu montante e do seu pagamento, considerando as dívidas histórica e social das quais o povo é credor”. Quem lembra disso? Na boca do PT, virou conversa para boi dormir.
 
E como não poderia deixar de ser, uma boa lorota é que não poderia faltar: “O governo federal não pode usar dinheiro público para subsidiar e ajudar a salvar os bancos e empresas especuladoras, que sempre ganharam muito dinheiro e agora, na crise querem transferir seu ônus para toda sociedade. Quem sempre defendeu o mercado como seu ‘deus-regulador’, agora que assuma as conseqüências dele. Nesse sentido os bancos públicos deveriam estar orientados não para socorrer o grande capital e sim para o benefício de todos os povos.”
 
Quer dizer, optou-se por falar de corda na casa do enforcado, porquanto se não foi sempre que defendeu a divindade aí referida, desde que se aboletou no poder o destinatário do documento não faz outra coisa senão render subserviência aos mercados, aos banqueiros e aos especuladores. E o grande capital não precisa nem se estiolar para ser socorrido pelos bancos públicos. Basta Bush estalar os dedos.
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