Quase 20 horas após queda do avião, FAB chega ao local, mas não fala em sobreviventes

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Foto: Divulgação

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Quase 20 horas após queda do avião, FAB chega ao local, mas não fala em sobreviventes *A dificuldade de acesso ao local do acidente com o Boeing 737-800 da Gol, ocorrido na tarde de ontem no Mato Grosso, a 200 km de Peixoto Azevedo, reduz cada vez mais as chances de que as equipes de resgate localizem sobreviventes. *A FAB só chegou ao local na tarde de hoje, mais de 20 horas após o momento da queda. "Dois militares especializados em busca e resgate desceram em uma área próxima aos destroços para abrirem clareira em meio à densa vegetação", diz o comunicado da FAB. *"Até o presente momento, não é possível adiantar informações a respeito das pessoas que estavam a bordo da aeronave acidentada", adianta o comunicado. *Mesmo assim, a FAB ordenou que o hospital de Peixoto Azevedo deixe médicos de prontidão para receber possíveis feridos. O problema é que o hospital da cidade é pequeno e não dispõe de estrutura para atendimentos de casos mais graves. O hospital mais bem equipado para esse tipo de serviço estaria em Cuiabá, a mais de 1.000 km de distância do acidente. *O vôo 1907 saiu de Manaus e seguia para Brasília, ontem. Transportava 149 passageiros e seis tripulantes. Durante a viagem, teria colidido com um avião menor, um jato Legacy, que conseguiu fazer pouso de emergência sem feridos na base aérea da serra do Cachimbo. *Os destroços do Boeing, no entanto, foram localizados por volta das 9h deste sábado por militares em uma fazenda no alto Xingu, entre Pará e Mato Grosso. *A Gol Linhas Aéreas divulgou a lista de passageiros na madrugada de hoje. *Assim que forem localizados, os corpos das vítimas serão levados para a base aérea do Cachimbo, em Novo Progresso, no Pará. *Investigação *Integrantes da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) especializados em segurança ainda irão iniciar as investigações sobre as causas do acidente --a conclusão pode demorar três meses ou mais para sair, afirmou Denise Abreu, diretora do órgão. *O piloto, o comandante Décio Chaves Jr., tinha 10 mil horas de vôo. A Gol informou que o avião desaparecido era novo --tinha apenas 200 horas de vôo. Segundo a empresa aérea, o Boeing foi recebido do fabricante em 12 de setembro passado. *O piloto do Legacy já foi ouvido, mas não foram divulgados detalhes de suas declarações --a Infraero tampouco não informou o nome dos passageiros do jato. *Perguntas *Segundo o brigadeiro José Carlos Pereira, piloto experiente, é preciso descobrir o motivo de dois aviões bem equipados e novos estarem no mesmo nível, quando deveriam estar a uma distância mínima de 300 metros. 'São aviões com equipamentos anticolisão. Precisamos saber por que eles não evitaram o acidente', disse o brigadeiro. *Pereira também levantou a necessidade de esclarecimentos acerca do fato de qual avião estaria acima ou abaixo do nível correto, e ressaltou que a altura das aeronaves, entre 36 e 37 mil pés, é completamente visualizada por radares. *Na velocidade em que os aviões estavam, de acordo com Pereira, seria impossível aos pilotos fazerem qualquer identificação visual de outro avião. No entanto, os equipamentos deveriam ter alertado sobre a possibilidade de rotas coincidentes. *Quando isso acontece, o sistema alerta o piloto com sinais sonoros e luminosos, além de orientar o procedimento. 'O piloto não precisa raciocinar, basta seguir a orientação', explicou. *Relatos *O radioamador Laudir Benevides, 56, morador de Alexânia (GO), disse ter avisado a Polícia Civil de Brasília sobre o desaparecimento do avião. Ele disse que estava com outros radioamadores quando a freqüência foi interrompida por um rapaz que afirmou ter visto um avião de grande porte voando baixo perto da fazenda Jarinã, na cidade de Matupá (MT), e depois escutado um estrondo. 'Possivelmente seria uma explosão', disse. *Segundo afirmou à Folha Online, após avisar a polícia, funcionários da Gol entraram em contato com ele. De acordo com Benevides, o local apontado 'é uma área de difícil acesso'. *Pilotos de táxi aéreo da região norte de Mato Grosso ouvidos pela Agência Folha também disseram que moradores de uma fazenda Jarinã, próxima à cidade de Peixoto de Azevedo (701 km ao norte de Cuiabá) ligaram para o piloto Silvio Corrêa e pediram o telefone do Campo de Provas da Serra do Cachimbo, após ouvirem a possível explosão. Folha Online
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