As palmeiras não têm sossego no Berço do Madeira - Por Simon O. dos Santos

Beradeiros e beradeiras do Berço do Madeira, vocês conhecem a poesia   “ No caminho, com Maiakóvski”, do poeta fluminense Eduardo Alves da Costa, escrita nos anos sessenta?
 
Aguardem! Voltarei a ela no final dessa crônica. 
 
Lembrei-me dela a propósito de um vídeo curto, publicado nas redes socias, nesse fim de semana, pelo prefeito Marcélio Brasileiro, denunciando, indignado um ato de vandalismo perpetrado contra   uma palmeira “rabo de raposa”, que enfeitava um dos canteiros centrais de nossa cidade. 
 
No vídeo, o prefeito afirma que cuidar dos logradouros públicos (canteiros, praça, alamedas, vias, etc...) é uma obrigação de toda a coletividade e não somente do poder público. Em seu desabafo, Marcélio Brasileiro acredita que todos do Berço do Madeira reprovam o ato de vandalismo. “A gente fica muito chateado e triste, porque buscamos sempre o melhor pra nossa cidade”. 
 
O selvagem, a criatura, o vândalo não contente em arrancar o rabo de raposa, também quebrou-lhe a cauda ao meio e a deixou abandonada no canteiro, como símbolo de sua vergonha, de sua incapacidade de também cuidar da “Pólis”.
 
Talvez muitos dirão, ah! Mas, foi só uma palmeira, a prefeitura replanta. Inclusive, já se mobiliza, através da coordenadoria do Meio Ambiente para repor a graciosa rabo de raposa. 
 
Para os que pensam assim, “foi só uma palmeira”, volto agora à poesia mencionada no primeiro capítulo dessa crônica, “No caminho, com Maiakóvski”, sua mensagem é límpida como as águas do igarapé Lajes, nos meses de setembro e outubro. 
 
"Na primeira noite eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim. E não dizemos nada. Na segunda noite, já não se escondem: pisam as flores, matam nosso cão, e não dizemos nada. Até que um dia, o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a luz, e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta. E já não podemos dizer nada".
 
Vejam que beleza! Se na primeira vez que se arranca uma palmeira do canteiro central não dissermos nada, eles voltarão mais encorajados ainda e arrancarão outras, e mais outras, até chegarem às flores de nossos jardins, “e já não podemos dizer nada”, porque ficamos calados, fomos omissos da primeira vez, e  agindo assim, a  ‘Pólis” vai literalmente para o beleléu. 
 
Escute aqui forasteiro, por ora, inapto para a vida em sociedade, reflita! Você não é um caso perdido, o ser humano é fantástico, capaz de proezas inimagináveis, e acredito que você também é capaz de coisas formidáveis, agigante-se, e peça desculpas à comunidade do Berço do Madeira. 
 
Forasteiro, como disse o prefeito, cuidar da “Pólis” é um dever da coletividade. Fique atento criatura, dano contra o patrimônio público é tido como Dano Qualificado e pode lhe acarretar um pena-detenção, de 6 meses a 3 anos, ou multa conforme a Lei nº 2.848/40. 
 
Vejam beradeiros e beradeiras, em 1995, durante a administração do prefeito José Domingos dos Santos, foi realizada uma reforma na Praça da Matriz, e algumas palmeiras rabo de raposa foram plantadas para embelezar o lugar. 
 
Vocês acreditam que uma criatura foi surpreendida com a boca na botija, surrupiando algumas palmeiras da praça para plantar no seu quintal?
 
Pasmem! Nesses quase trinta anos, aprendemos pouco sobre convivência em sociedade, urbanismo e respeito à natureza. 
 
É beradeiros e beradeiras, parece que as palmeiras rabos de raposa não têm sossego no Berço do Madeira. 
 
Simon O. dos Santos - cronista
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