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1995 a 1996 - POESIAS
13.Janeiro.1995 – M.L.C. Nº 194.
EMIL DE CASTRO – Mangaratiba, RJ.
Estranha sinas das ruas:
nascem flores no seu leito
mas ninguém percebe.
03.Fevereiro.1995 – M.L.C. nº 198.
DJANIRA PIO – São Paulo, SP.
COMPARAÇÃO
O mundo girou
Girou
e continua a girar
sem saber onde chegar.
Eu andei
andei
e continuo a andar sem saber onde parar.
10.Fevereiro.1995 – M.L.C. nº 199.
ILMA FONTES – Aracaju, SE.
PLENILÚDIO
A lua é uma hóstia que se
dissolve em minha boca
quando engulo esta noite.
eu, vazio dela
Ela, cheia de mim.
17.Fevereiro.1995 – M.L.C. nº 200.
ROSANI ABOU ADAL – São Paulo, SP
ECOLOGISMO
Agora é marketing
defender a natureza virou moda.
Homens de negócios erguem
bandeiras ecológicas
que são machados
Nada fazem pelo desmatamento
apenas assumem títulos
para se projetarem nos veículos
de comunicação de massa.
1º.Abril.1995 – M.L.C. nº 207.
HUGO PONTES – Poços de Caldas, MG
CONTAS
Banqueiro
não rima
com poeta.
Aquele
conta dinheiro,
este canta,
é esteta.
26.Maio.1995 – M.L.C. nº 216.
DOUGLAS M. ZUNINO – Blumenau, SC
Entende a dor
Meia palavra
CASTA
Meia palavra CASTRA
Meia palavra
AFASTA
Meia palavra
GASTA
Meia palavra
ARRASTA
Meia palavra
BASTA
7.Julho.1995 – M.L.C. nº 224.
CLOTILDE TAVARES – Natal, RN
PAPO DE BAR
Não me provoque
Sou doida
e quando bebo
fico num porre
Cai fora
Estou com sono
Se você insistir mais
eu me apaixono.
28.Julho.1995 – M.L.C. nº 226.
CLÁUDIO FELDMAN – Santo André, SP.
ROSA
A infância murchou:
Resta
O Espinho
GLENDA MAIER – Rio de Janeiro, RJ
INTEGRAÇÃO
Por um momento percebi
que pétalas de flores
no asfalto
são muitos parecidas
com estrelas
no infinito do Universo
20.Janeiro.1996 – M.L.C. nº 252.
URHACY FAUSTINO – Rio de Janeiro, RJ
Persistência
Na terra seca,
a fava.
Em mim, ideia-seca
arfava
Molhadas de lutas
rotavam.
17.Fevereiro.1996 – M.L.C. nº 256.
JAIME VIEIRA – Maringá, PR.
FRIGORÍFICO CULTURAL
embora meus sonhos
estejam na rua
a tua pseudo cultura
não me confina
nem me abate
RICARDO ALFAYA – Rio de Janeiro, RJ
A LUTA DO SÉCULO ( Combate de Tantãs)
A nonagenária
Cobra marinho
Morde o rabo
Da emergente
Cobra macedônica
-Cada século tem
Os titãs que merece.
31.Maio.1996 – M.L.C. nº 269.
FABIANO ANTÔNIO CALIXTO – Santo André, SP.
ANTUÉRPIA
Na Antuérpia
eu cheirei sal de fruta
e fiquei muito louco
era cocaína efervescente.
8.Junho.1996 – M.L.C. nº 270.
SILAS CORRÊA LEITE – São Paulo, SP.
ESTAÇÃO SAUDADE
Fui te esperar na estação
O trem não...
JOÃO SCORTECCI – São Paulo, SP.
Tatuagem
No peito-flor
É a cor do eu em mim.
14.Junho.1996 – M.L.C. nº 271.
DILERCY ADLER – São Luís, MA.
NOSTALGIA
Folhas soltas no chão...
chuva fina...
céu cinzento...
nostalgia...
pinta de leve
acre-doce
solidão!
5.Julho.1996 – M.L.C. nº 274.
ARLINDO NÓBREGA – São Paulo, SP
Eu percebi muito cedo,
Acredite quem quiser,
O que mais me mete medo
É a lágrima da mulher.
26.Julho.1996 – M.L.C. nº 277.
MANO MELO – Rio de Janeiro, RJ
Olho para dentro
O que encontro
É um riacho de luz
Reluzindo ao relento.
Sereias me seduzem
Nas praias de areia
Das selvas de cimento.
30.Agosto.1996 – M.L.C. nº 282.
IRINEU VOLPATO – São Bernardo do Campo, SP.
Trigal amarelourece
longistantes derramados
Sol soslaio
em impado céu azul
Que prece merece
mais que a messe
nesse ir apascentando por meus olhos?
YEDDA GASPAR BORGES – Rio de Janeiro, RJ.
ROSTO
Procurei em toda parte
O seu rosto de criança
A vida imita a arte
Não trouxe o da lembrança
6.Setembro.1996 – M.L.C. nº 283.
LEILA MÍCCOLIS – Rio de Janeiro, RJ
Queimadas
Outrora,
para fugir de Apolo e sua tora,
Dafne se fez de arvore.
Fosse agora,
dependendo da madeira,
só botaria mais lenha na fogueira.
13.Setembro.1996 – M.L.C. nº 284.
ROGÉRIO SALGADO – Belo Horizonte, MG.
o amor é sangria
sei de hemorragias
por isso constantemente
menstruo!
27.Setembro.1996 – M.L.C. nº 286.
JUREMA BARRETO DE SOUZA – Santo André, SP
Da Ternura
Subverter-me
No avesso de mim
A ternura
E de tanto existir
Encontrar um caminho
No meio das pedras.
18.Outubro.1996 – M.L.C. nº 289.
ANTÔNIO MARIANO DE LIMA – João Pessoa, PB.
COSMOLOGIA
ou o mundo não passa mesmo
de uma grande boca
que ao prometer o beijo
temos o dia
negando-o em seguida
temos a noite?
BEATRIZ HELENA RAMOS AMARAL – São Paulo, SP
Modo Ibérico de amar
deixando a própria terra
e se lançando ao mar.
DILSON LAGES MONTEIRO – Teresina, PI
Até...
Entre a terra e o véu
A noiva esqueceu a igreja
Um céu
Sem estrelas
O entardecer
E as sombras:
Fotografia de Província.
1º.Novembro.1996 – M.L.C. nº 291.
WILSON PEREIRA – Brasília, DF.
AMANHÃ
Quando o dia estiver abrindo a porta
varrendo o pó das últimas estrelas
eu talvez ainda esteja dormindo
como um menino que não foi à escola.
TÂNIA DINIZ – Belo Horizonte, MG
Sozinha pra dormir
Cama de faquir
15 e 16.Novembro.1996 – M.L.C. nº 293.
ADEMIR ANTÔNIO BACCA – Bento Gonçalves, RS.
DA TRISTEZA MAIOR
bate
a mariposa deslumbrada
no vidro da janela
iludida pelo brilho
dos teus olhos tristes
SALOMÃO SOUSA – Brasília, DF.
amoleça a guarda ao palácio
seu guarda
que de tanto guardar
ficamos desprotegidos
27.Dezembro.1996 – M.L.C. nº 299.
MÁRCIO CATUNDA – GENOVA, SUIÇA.
MANTRA
Vem chegando o sol.
Vem trazendo luz para os angustiados,
saúde aos enfermos.
É a luz divina que salva os homens,
bendito seja Jesus,
quem nos dá vida e eternidade.
* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!