A política como ela é: alianças no PT e destituição no PSDB, por Mara Paraguassu

A política como ela é: alianças no PT e destituição no PSDB, por Mara Paraguassu

Foto: Divulgação

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 O PT já articula aliança política com o "golpista" PMDB em pelo menos seis estados: Alagoas, Ceará, Minas Gerais, Piauí, Sergipe e Paraná. É o tal negócio: o que o partido diz não se escreve, expressão que em claras palavras significa desmerecedor de confiança, de crédito. É nessa toada que andam os partidos, estruturas fundamentais ao bom desempenho da democracia representativa.

Bom reafirmar e repisar: o PMDB fez o que qualquer um que tivesse a oportunidade faria, utilizando-se do instrumento constitucional existente, o impeachment, com o parlamento seguindo as regras exigidas, para banir Dilma Rousseff do poder. Se não tivesse acontecido, o desemprego teria crescido mais, e o descalabro nas contas públicas teria impedido qualquer patamar de crescimento, por mais tempo.     

O PT tem de tocar a vida para frente, mas ao invés de renovar com uma liderança sem condenação para tentar a volta ao poder aposta no ex-presidente réu, condição que, já decidiu o Supremo Tribunal Federal (STF), não pode admitir-se para pretendentes à linha sucessória presidencial.

O PMDB, com tempo e energia gastos para debelar denúncias contra o presidente Temer e parte de suas lideranças denunciadas na Lava Jato, do mesmo modo que outras agremiações partidárias, ainda não conseguiu encaminhar a bom termo o programa “Uma ponte para o futuro”, editado em 2015 quando a luz vermelha das contas públicas piscou alarmante. 

 Lá está escrito: “A economia brasileira convive há longo tempo com a anomalia de juros elevadíssimos para controlar a inflação e financiar o endividamento público. Este é um tema ainda não totalmente compreendido, mesmo pelas mentes mais preparadas e experientes. Uma única coisa parece certa: o Brasil nunca exibiu uma garantia sólida de equilíbrio fiscal de longo prazo e os juros altos talvez sejam o preço que pagamos por isso. Mas tentar reverter esta anomalia, sem voluntarismo e com prudência é uma necessidade a que não podemos fugir”.  

Se o Congresso Nacional não fosse absurdamente fisiológico, e depois que o presidente Temer conseguiu se livrar das denúncias se a vaidade não tivesse aprisionado agora o ministro da Fazenda Henrique Meireles, que admite presença entre presidenciáveis, avançaríamos nessa tarefa.  

Destituição

O PSDB não se entende, Aécio Neves destitui Tasso Jereissati na presidência interina e nomeou o tucano Alberto Goldman para presidir a legenda até a realização da convenção partidária, em 9 de dezembro. Até lá os tucanos, que se bicam pra valer, decidem se deixam ou não o governo Michel Temer, posição defendida pelo ex-ministro Fernando Henrique Cardoso em artigo publicado no início da semana no jornal Folha de São Paulo.

Os três maiores partidos do país vivem um a crise moral sem precedentes. Definham por falta de boas ideias e projetos para o Brasil que não sejam meramente eleitoreiros, de curto prazo. O braço intelectual das agremiações partidárias, as fundações, silenciam diante de graves problemas nacionais.

O pragmatismo segue de vento em popa. Em seu nome agarram-se os náufragos da política de sobrevivência, ignorando a política que apela por transformação de seus costumes.

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