Pesquisas qualitativas para 2022 em RO - Por Dejanir Haverroth

Pesquisa qualitativas para 2022 em RO

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Estamos há 12 meses das eleições gerais de 2022. Em Rondônia as configurações mudam com uma frequência maior que a maioria dos Estados Brasileiros, por isso é difícil medir de forma quantitativa num período tão distante das eleições, porém é possível medir de forma qualitativa. Foi o que fizemos. 
 
O IHPEC (Instituto Haverroth) foi a campo no mês de setembro e levantou informações suficientes para uma análise de conjuntura. Foram ouvidas 1.630 pessoas em todas as regiões do Estado.
 
Falaremos, nesta ocasião, dos três grupos com maior possibilidade de conquistar uma vaga do segundo turno – PSDB, MDB e União Brasil. Avaliamos todos os cenários sem o ex-governador Ivo Cassol (PP). Com ele na disputa mudam as configurações.
 
Vamos começar avaliando as possibilidades de candidaturas dentro da ala bolsonarista. O governador Marcos Rocha (PSL) entra em queda de braço com o senador Marcos Rogério (DEM) pelo controle do União Brasil, partido resultante da fusão dos partidos PSL e DEM.
 
Nesse momento o governador Marcos Rocha está no controle do Partido, mas o presidente Jair Bolsonaro precisa de Marcos Rogério na CPI, e isso pode fazer com que o partido mude de mão. Ambos os “Marcos” estão com dificuldades perante a opinião pública, segundo as informações da pesquisa qualitativa realizada pelo IHPEC.
 
O Senador Marcos teve problemas pessoais, que afetou seu trânsito no meio evangélico, e com assessor envolvido em escândalo. Também não é positiva, para a maioria dos eleitores, sua posição de soldado de tropa de choque na CPI da COVID. 
 
Outra agravante é o fim da promessa de aliança com o PSDB, que “pertencia” a Expedito Junior. Ocorre que o partido Tucano desmamou Expedito e deve lançar candidatura própria ao governo (falaremos disso mais à frente).
 
O Governador Marcos teve um mandato pálido e, até agora, não valorizou os prefeitos a contento. A dificuldade de acesso ao governador por parte das lideranças dos municípios – prefeitos, vereadores e outras lideranças políticas e comunitárias – não permitiu que ele construísse um capital político. 
 
Lembrando que Marcos Rocha não tinha base política em 2018 e foi eleito pela “onda Bolsonaro”. Ocorre que ele ainda não construiu essa base. Pode não ter tempo hábil para isso.
 
Porém, mesmo diante do quadro desfavorável, se ambos os “Marcos” estiverem juntos no mesmo grupo, qualquer um deles que assumir o Aliança Brasil e tiver o apoio de Bolsonaro entra na disputa por uma das vagas do segundo turno.
 
Uma possibilidade que nasce com força é a candidatura encabeçada pelo PSDB, (agora sem o Expedito, o que faz com que o partido ganhe força na capital e diminua a rejeição no interior). O Candidato deve ser o Hildon Chaves, prefeito de Porto Velho. Mas para ter mais garantia de êxito na busca de uma vaga no segundo turno, Hildon depende de um bom vice que tenha força no interior.
 
Rumores vindos do MDB apontam uma candidatura do Senador e ex-governador Confúcio Moura ao governo. Essa seria uma possibilidade assertiva e com grande chance de conquistar uma vaga no segundo turno. 
 
O MDB também tem a possibilidade de trazer de volta a família Raupp aos mandatos. Marinha poderá ser, novamente, a deputada federal mais bem votada de Rondônia. Raupp é aclamado pelas lideranças municipais para que volte ao Senado.
 
Rondônia é um Estado municipalista.  Grande maioria dos ex-governadores já foram prefeitos em algum município. As campanhas publicitárias e ações estaduais e nas grandes mídias surtem pouco efeito perante a opinião pública, especialmente no interior. 
 
As ações realizadas nos municípios, bem como as visitas aos líderes e às mídias locais são formulas poderosas de ascensão política em Rondônia. Nesse quesito a família Raupp é campeã. Em todos os municípios que a pesquisa abrangeu foram ouvidas queixas da falta que o casal faz em prol dos municípios no Congresso Nacional.
 
Essa tradição municipalista em Rondônia também pode facilitar a eleição de Hildon Chaves (PSDB) ou Confúcio Moura (MDB). Hildon por ser prefeito e, por isso, poder construir um discurso fundamentado; Confúcio por ter sido um governador que atendeu bem às necessidades das prefeituras. 
 
Sobre polarização, avaliamos que há possibilidade de polarização ainda no primeiro turno, porém o discurso mais moderado e conciliador pode garantir uma posição confortável no primeiro turno e uma boa vantagem no segundo turno.
 
 
 
Nos quadros a seguir, colocamos de forma individual as possibilidades de votos de cada grupo para o primeiro turno.   
 
 
 
União Brasil (Marcos Rogerio ou Marcos Rocha)
Máximo de votos: 40%
Mínimo de votos: 15%
Rejeição: 40%
 
 
PSDB (Hildon Chaves)
Máximo de votos: 45%
Mínimo de votos: 20%
Rejeição: 18%
 
 
MDB (Confucio Moura)
Máximo de votos: 55%
Mínimo de votos: 25%
Rejeição: 25%
 
 
 
*Dejanir Haverroth é jornalista, pesquisador e Coach de inteligência Política.
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