Foto: Divulgação
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O arquivamento da denúncia contra 4 dos 5 deputados estaduais indiciados pela Operação Apocalipse da Polícia Civil de Rondônia comprova o que todos já sabiam, foi uma ação de cunho político, claramente direcionada para atingir o principal desafeto de Confúcio Moura, o presidente da Assembleia Legislativa Hermínio Coelho. E a operação, que teve desde sua deflagração, que ser diariamente explicada, entrou para a história como a maior escorregada, isso para dizer o mínimo, da Polícia Civil, que sempre trabalhou com poucos recursos, mas tinha um dos melhores índices do país, em termos de solução de casos.
Desde que Confúcio assumiu, a situação da segurança pública apenas agravou. A criminalidade explodiu, diversos municípios estão com número reduzidíssimo de policiais, e alguns nem policiais tem. A região da grande Ariquemes é um exemplo disso. Uma série de mortes ocorridas em Alto Paraíso, possivelmente interligadas estão sem solução. Até cerca de 10 dias, a delegacia de Ariquemes estava sem telefone e sem energia. A reforma da Central de Polícia, em Porto Velho, foi feita de forma atabalhoada, uma série de problemas foram apontados e denunciados pelos policiais que atuam naquela unidade.
Ao mesmo tempo, foram desperdiçados quase 1 ano e meio de “investigações” que viraram um balaio de gato, sem nexo, cheio de “achismos” e de “ouvir falar”. Supostos crimes sem materialidade. A maior prova que a polícia conseguiu contra Herminio Coelho foi uma fatura de cartão de crédito em nome de um dos presos. Os delegados só “esqueceram” de dizer em seu relatório, de mais de 500 páginas, que o acusado em questão morava na casa até bem pouco tempo atrás. A polícia também acusou uma série de pessoas de serem “fantasmas” na Assembleia Legislativa. Essas pessoas foram presas, algemadas, arrastadas e expostas à câmeras e a opinião pública, que cansada de tantos desmandos da classe política de uma forma geral, não se furtou a atirar pedras sem dar o benefício da dúvida, ou as devidas explicações, como o caso do assessor que também é taxista. Qualquer pessoa que conheça minimamente a dinâmica do legislativo, e do Brasil inteiro, sabe que gabinetes tem 10, 20, até 50 pessoas que trabalham nas ruas. Isso não é crime. Crime existia na Operação Dominó (2006) quando havia uma folha paralela, onde a maioria sequer sabia que era funcionária da Casa.
A polícia ainda prendeu uma mulher, acusada de ser “fantasma”. Filmaram e a fotografaram “trabalhando” em um mercadinho. Só que a polícia “esqueceu” de dizer no relatório que as filmagens foram feitas em horário de almoço e o mercado é da família dela. Outro “fantasma” foi preso porque “foi flagrado em horário de expediente fazendo compras em uma loja de material de construção”. Eles também “esqueceram” de dizer que essa pessoa havia pedido autorização de seu chefe imediato.
Mas a Apocalipse não foi de toda ruim. Foi comprovado, o que o Tribunal de Contas já sabia, que o apartamento de Beto Baba estava alugado para Mangabeira Unger, que usou o imóvel 35 dias em um período de 3 anos. Também mostrou que na campanha Confúcio teria recebido dinheiro e veículos da mesma “organização criminosa”.
Muita coisa ainda precisa ser explicada, uma delas são as denúncias de uso indiscriminado do sistema Guardião, que grampeou metade do Estado e isso nunca foi negado pelo governador, que acha “normal” ser grampeado. Mas não é. Grampo sem autorização judicial, e muito bem fundamentada é crime, é abuso, é invasão de privacidade.
Também tem que ser muito bem explicado um panfleto apócrifo distribuído na semana passada com claro objetivo de destruir a reputação de Héverton Aguiar, que aliás foi alvo duas vezes de ataques por parte de setores da polícia, o primeiro ao alegarem que “no dia da operação Hermínio telefonou para o procurador”. Hermínio é presidente de um poder, e Héverton é mandatário do Ministério Público. Se você tem um conhecido que é policial e seu filho é preso, você vai ligar primeiro para a delegacia ou primeiro para seu conhecido? A ligação, devidamente grampeada, não se sabe ainda com que autorização, não comprova nenhum tráfico de influência, nem conversa suspeita. Hermínio ligou para Héverton, como ligou para mim, para saber o que estava acontecendo.
Pior agora é que o Estado terá que pagar uma fortuna em indenizações.
O lado bom, de fato, dessa operação, foi o de ter desmascarado o “governo da cooperação” e comprovar que a polícia civil de Rondônia precisa voltar a ser o que era, uma instituição eficaz, cujos membros já tiraram dinheiro do próprio bolso para abastecer viaturas para resolver crimes. Polícia e Política não combinam. Quando isso acontece temos o fascismo e a ditadura. E essa fase, graças a Deus, já passamos.
* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!