BR-319: Grupo de Trabalho lista medidas que podem destravar rodovia

Propostas para atenuar impacto ambiental da estrada inclui grades na lateral da pista, unidades de conservação e passagem para animais

BR-319: Grupo de Trabalho lista medidas que podem destravar rodovia

Foto: Nazareno Silva

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Especialistas reiteram a relevância das ações delineadas no relatório do grupo de estudo sobre a restauração da BR-319.

 

Um artigo da Folha de S. Paulo, datado da última quinta-feira (04), destaca medidas que o Governo Federal poderá adotar para mitigar os efeitos da reabertura da estrada, como a instalação de barreiras nas margens da pista, estabelecimento de áreas de preservação, monitoramento por meio de tecnologia eletrônica e a criação de 170 passagens para a travessia de animais.

 

Segundo o professor Carlos Durigan, diretor brasileiro da Wildlife Conservation Society (WCS), “a formação, consolidação e preservação de unidades de conservação federais e estaduais, juntamente com o reconhecimento e proteção de terras indígenas, consolidação de assentamentos rurais e outras práticas de uso coletivo e tradicional da terra no território entre os rios Purus e Madeira, conforme estabelecido no Código Florestal Brasileiro, são cruciais para fortalecer a gestão local e a utilização sustentável dos recursos naturais na região”.

 

Durigan enfatiza que diversos órgãos ambientais, cientistas e representantes da sociedade civil têm há muito tempo salientado a necessidade de evitar que a restauração da BR-319 resulte em danos sociais e ambientais irreversíveis na região.

 

Ele acredita que “um entendimento mútuo entre os setores governamentais responsáveis pelas obras e a sociedade em geral pode finalmente conduzir à implementação de soluções definitivas para os desafios enfrentados”.

 

O ecologista destaca que, ao se criar um ambiente favorável, “surgirão diversas opções para minimizar os impactos ambientais da restauração da estrada e combater as fontes de degradação já existentes, ao mesmo tempo em que se promove um desenvolvimento regional alinhado aos princípios da sustentabilidade”.

 

Marcos Armend, diretor de Conservação da WCS Brasil, lembra que a organização foi convidada a integrar o grupo de trabalho da BR-319 para contribuir com técnicas e abordagens de mitigação de impactos ambientais.

 

Ele destaca que, “considerando a história das rodovias na Amazônia, a pavimentação representa um risco de aumento do desmatamento e da degradação na região. Portanto, a WCS tem acompanhado de perto o processo de licenciamento ambiental em parceria com os colaboradores do Observatório da BR-319, para garantir que seja conduzido de forma adequada”.

 

Uma das propostas mencionadas no relatório é a instalação de 170 passagens de fauna para permitir que os animais atravessem a estrada sem necessidade de cruzá-la.

 

Isso inclui passagens subterrâneas, uma vez que a rodovia será elevada, e redes de proteção construídas sobre ela. A primeira passagem superior já foi instalada por uma iniciativa conjunta da WCS em colaboração com a ViaFAUNA Consultoria Ambiental, financiada pela Fundação Segré e com o apoio do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).

 

*Com informações do jornal A Crítica.

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