BICENTENÁRIO: Estrada Real conta muito da história do Brasil antes da Independência

Três dos principais destinos turísticos do país contam um pouco da história do Brasil antes da independência nacional

BICENTENÁRIO: Estrada Real conta muito da história do Brasil antes da Independência

Foto: Divulgação

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Desde a chegada dos portugueses à Proclamação da Independência, o Brasil passou por grandes descobertas de terras e matérias-primas. Pau-Brasil, cana de açúcar, café... foram algumas das riquezas exploradas em diversas cidades do país e que tornaram alguns desses destinos, atrativos para o turismo local. Alguns desses, como o ouro e o diamante, transformaram a Estrada Real, localizada no interior de Minas Gerais e no litoral do Rio de Janeiro em um escorredor comercial destes e outros minérios na época da colônia. E é de lá que partiremos, nesta segunda-feira (05.09), para o nosso quinto episódio da série “Caminhos do Bicentenário”.
 
Reconhecida por ser um dos maiores circuitos turísticos do país, com mais de 1.600 quilômetros de extensão, a Estrada Real se tornou referência quando o assunto é a história do Brasil Colônia. Além de Minas Gerais e do Rio de Janeiro, o estado de São Paulo completa a rota e ajuda a revitalizar os pequenos vilarejos espalhados pelas regiões que compreendem o roteiro. Entre as cidades que marcam o roteiro, destacamos as mineiras Diamantina e Ouro Preto, e o tradicional município fluminense, Paraty, palco de tradicionais eventos turísticos e culturais do país.
 
Diamantina (MG) é um belo exemplo da mescla de aventura e refinamento ocorrido nas Américas nessa época. A cidade foi o maior centro de extração de diamantes do mundo do século 18, condição que se refletiu na evolução da cidade. Assim como nas principais localidades históricas, o Centro Histórico de Diamantina guarda imponentes monumentos que contam um pouco do Brasil e marcaram os caminhos da independência. O Museu do Diamante, administrado pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), autarquia vinculada do Ministério do Turismo, é um dos mais visitados. O local guarda objetos de estilos e tipologias diversas, sendo que o museu se constitui importante espaço de informação e memória tanto para a população da cidade.
 
Outro destino mineiro que marca a história do Brasil é Ouro Preto (MG). O destino foi o primeiro município do país a ser considerado Patrimônio da Humanidade pela Unesco e foi sede de diversos fatores históricos relevantes à construção da memória nacional, como a Guerra dos Emboabas, a revolta liderada por Filipe dos Santos e a famosa Inconfidência Mineira. Esta última, inclusive, teve como término a morte de Tiradentes, enforcado no dia 21 de abril de 1792 e com partes do seu corpo espalhados pela Estrada Real. E foi na Praça Tiradentes, em Ouro Preto, que expuseram a cabeça de Tiradentes. Atualmente, o local possui dois imponentes prédios: o Museu da Inconfidência e o Museu de Ciência e Técnica.
 
Para completar parte do roteiro, vamos falar do Patrimônio Misto da Humanidade, Paraty (RJ). A cidade fluminense foi fundada em 1667, em torno da Igreja de Nossa Senhora dos Remédios, a sua padroeira, e se destacou, primeiramente, devido aos engenhos de cana-de-açúcar. Logo após, destacou-se como um importante porto por onde passava o outro e as pedras preciosas que iam para Portugal. Atualmente, a cidade tem no turismo um dos seus pontos fortes e é cercada de história, cultura, gastronomia, natureza e monumentos tradicionais. Na área encontram-se o Parque Nacional da Serra da Bocaína e a Área de Proteção Ambiental do Cairuçú sendo, também, um belo roteiro para os amantes de uma boa trilha pela Mata Atlântica.
 
MAIS ATRATIVOS - A Estrada Real ainda guarda destinos pouco explorados pelos turistas. Em Entre Rios (MG), por exemplo, temos um dos pratos únicos da região: o pão de queijo com linguiça. Seguindo mais adiante, encontra-se a cidade de Lagoa Dourada, dona do legítimo rocambole. Continuando o caminho, paramos em Resende Costa, vilarejo que antigamente era parada obrigatória para os tropeiros que percorriam os caminhos reais. Lá, os turistas encontram a tradição do tear e a produção de tapetes, colchas e cortinas, se tornando em referência no artesanato têxtil. E por falar em referência, terminamos em Cunha, conhecida pelo turismo rural e pelos ateliês de cerâmica, um dos mais famosos do Brasil.
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