Foto: Divulgação
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Quem viveu aqueles tempos lembra: Disputa eleitoral no Território era um combate sujo, porque o ganhador teria nas mãos o direito de nomear governador, os dois prefeitos, remanejar funcionários, por exemplo, transferir o marido ou a mulher para Tabajara, no Rio Machado e um dos dois para Costa Marques, destruindo a família.
A passeata da vitória era um inferno para quem perdia. A professora Sandra Castiel, deu como exemplo quando os partidários de Aluízio Ferreira apedrejaram a casa da família, porque o casal Rafael/Marise Castiel fizeram campanha para o candidato derrotado Renato Medeiros.
A passeata dos vencedores era fato comum, e naquele dia os partidários de Aluízio tentaram invadir a casa da família. “Meu pai pegou um revólver, foi para a janela e fez vários disparos para o ar. Só assim a turba foi embora”. Isso foi apenas um dos muitos episódios.
A ex-vice-governadora Odaísa Fernandes, de família “pele-curta”, contou que teve sua casa “recheada” com o lixo que os “cutubas” varriam e atiravam nas casas dos adversários. Mas ela também recordou que uma das provocações er, nas campanhas, criar músicas com textos pejorativos contra os adversários.

Odaísa, era uma das líderes do grupo "pele curta"
Das seis eleições para deputado federal, no período, os cutubas ganharam quatro (1946, 1950, 1958 e 1966) e os pele curta duas (1954 e 1962). Aluízio era uma espécie de “soba”. Cair em desgraça com ele era querer sofrer. Mas quando os adversários ganhavam a eleição, como aconteceu em 1954 ou 1962, era dado o troco, apesar que muitas vezes o grupo de Aluízio conseguia dar um jeito.
Em seu livro “Professora Marise Castiel e Rondônia – Educação, Política e Cultura” a escritora e acadêmica Sandra Castiel, conta que seus pais eram amigos de Aluízio, mas quando passaram a apoiar os adversários, houve retaliações, também contadas pelo aluizista Esron Penha de Menezes que por apoiar os cutubas ele foi transferido para a região do Rio Machado e a esposa, dona Vitória, ficou trabalhando em Porto Velho.
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Esron, um dos expoentes do aluizismo no Território
Em 1958 Aluízio foi eleito para seu terceiro (e último) mandato aos 61 anos de idade. “Aluízio entrou na disputa parecendo apenas para provar sua liderança política”, disse o historiador Anísio Goraieb, “e provou isso”. Em 1962 os cutubas lançaram candidato, indicado por Aluízio, o ex-governador Ênio Pinheiro, contra o médico Renato Clímaco de Medeiros, ex-aliado político de Aluízio, então líder dos peles-curtas e que foi eleito.

Renato Medeiros recebendo diploma de deputado federal
O jornalista Euro Tourinho, em conversa com o autor, afirmou várias vezes que a vitória de Renato teria sido facilitada devido ao episódio conhecido por “Caçambada Cutuba”, na noite de 26 de setembro de 1962, quando uma caçamba da prefeitura invadiu um comício de Renato e causou muitos ferimentos e, pelo menos, uma morte. Alguns eleitores cutubas teriam então mudado seus votos, o que desequilibrou, conforme Euro, a balança a favor da oposição.
* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!