O IPHAN oficializou na terça-feira (25.11) o reconhecimento do Ofício das Tacacazeiras da Região Norte como Patrimônio Cultural do Brasil, inscrevendo o saber tradicional no Livro dos Saberes. A decisão destaca o papel das mulheres amazônicas na preservação de práticas ancestrais ligadas ao preparo do tacacá — prato típico feito com tucupi, goma, jambu e camarão seco.
O reconhecimento reforça o valor cultural e o potencial turístico da gastronomia amazônica. Segundo o Ministério do Turismo, o tacacá simboliza a biodiversidade e a história da região, tornando-se um importante atrativo gastronômico.
A tradição é comum nas sete capitais do Norte e tem raízes no final do século XIX, quando mulheres passaram a vender alimentos nas ruas como forma de sustento. O processo de registro começou em 2010 e ganhou força em 2024, após pesquisa da UFOPA que ouviu mais de 100 tacacazeiras. O estudo mostra que quase 70% das profissionais são mulheres que aprendem o ofício de gerações anteriores e o transmitem às mais jovens.
Com a inclusão no patrimônio cultural, o IPHAN vai elaborar um Plano de Salvaguarda com ações de apoio à gestão, melhoria das condições de trabalho, acesso a insumos e valorização cultural. O ofício se soma a outras práticas culinárias já reconhecidas, como o das baianas de acarajé e o modo de fazer o queijo Minas artesanal.