O deputado estadual, Johnny Paixão (PRB), que, na manhã desta sexta-feira(14), está sendo alvo da Operação ‘O Chamado’, liderada pela Delegacia de Repressão as Ações Criminosas (Draco II), foi o autor da propositura da medalha de Mérito Legislativo Rondoniense ao presidente Jair Bolsonaro.
A condecoração, inclusive, foi entregue por ele mesmo em maio do ano passado, quando o Bolsonaro esteve em Rondônia, para inaugurar a ponte do Abunã, sobre o Rio Madeira, obra do PAC do governo de Dilma Rousseff que estava 90% concluída.
Na época, o deputado afirmou que o motivo de querer entregar a medalha ao presidente, se deveu “aos relevantes serviços prestados ao povo de Rondônia, seja através de obras públicas, seja através de ações nas áreas de saúde, educação, ação social, entre outras, e merece o reconhecimento da Assembleia Legislativa, que é a representante legítima do povo de Rondônia”.
Desvios
Na Operação ‘O
Chamado’, o envolvimento do deputado e de outras pessoas é apurado em supostos desvios irregulares de emendas parlamentares que somados podem ultrapassar a cifra de R$ 1.034.354,00 (um milhão, trinta quatro mil, trezentos e cinquenta e quatro reais).
Os alvos da polícia, além de Johnny Paixão, são empresa privadas, escolas públicas e residências de pessoas ligadas a Organização Criminosa.
As medidas cautelares visam coletar elementos de informação para a investigação de organização criminosa, supostamente, ligada ao Deputado Estadual, dedicada ao uso de emendas parlamentares em contratações fraudulentas de obras e reformas de escolas estaduais.
A atuação da ORCRIM é investigada também em supostas fraudes de contratos de locação de veículos, na prática popularmente conhecida por “rachadinha”. Neste crime, servidores transferem uma parte ou a quase a totalidade dos seus salários aos líderes do esquema criminoso, além da nomeação de servidores “fantasmas”.
A deflagração contou com o apoio de diversas unidades da Polícia Civil, da capital e do interior do Estado. “A Polícia Civil combaterá veementemente a corrupção. Nós não podemos tolerar que este câncer permaneça em Rondônia!”, afirmou o delegado Geral, Samir Fouad Abboud.