Os cirurgiões pédiatricos Marcelo Ferrari, Gurgel Júnior, Murilo Valente e Horácio Tamada, encaminharam documento assinado por eles ao diretor geral do Hospital de Base, Jean Negreiros, informando que, a partir dessa quarta feira, 07/12, não mais realizariam cirurgias em crianças internadas em estado grave naquele hospital,sugerindo que tais pacientes fossem encaminhados para o TFD - Tratamento fora de Domicílio.
Ao tomar conhecimento da decisão dos médicos os pais das crianças internadas se desesperaram e procuram Negreiros que se avistou com o médico Marcelo Ferrari, exigindo explicações. Na sala da direção geral Ferrari teria dito em tom ríspido, que não tem quem o faça, juntamente com seus colegas, realizar cirurgias com o material hospitalar que o HB dispõe, considerado por eles "obsoleto".
As desculpas de Ferrari, segundo fontes do Rondonoticias, teriam deixado Jean Negreiros bastante irritado, de vez que, segundo ele, a Agevisa - Agência de Vigilância Sanitária, em recente inspeção, assinada por seu diretor geral, Belgrando Cavalcante, constatou que aquela Unidade Hospitalar, detém todas as condições técnicas e higiênicas necessárias para a realização de qualquer tipo de cirurgia.
Um dos familiares de uma das crianças internadas procurou a reportagem do Rondonoticias que fez contato com o diretor do HB médico Jean Negreiros.
O diretor confirmou que os médicos de fato se recusaram a realizar qualquer procedimento cirúrgico e que ele já tomou todas as providências legais, inclusive com pedido de punição com enquadramento no Estatuto do Servidor e, ainda, encaminhou denúncia ao Cremero - Conselho Regional de Medicina, para as devidas providências.
Negreiros explicou que é inadmissível uma atitude como esta, diante de crianças indefesas, de vez que os que profissionais que se rebelaram ficam de plantão apenas em suas próprias residências e que ele não aceita a desculpa que lhe deram de que o material empregado no HB, éstá obsoleto para os dias atuais.
O diretor geral do Hospital de Base finalizou o contato com o Rondonoticias, dizendo que também foi procurado pelos pais das crianças que lhe informaram que já tinham ido ao Ministério Público e que tinha "chegado aos seus ouvidos", de que tal recusa seria para o encaminhamento desses pacientes a clínica partitulares onde alguns deles atuam.
Sobre o assunto, disse não acreditar nessa hipótese e concluiu: "Estou atento à saúde dessas crianças que estão sob nossos cuidados, enquanto espero a movimentação saneadora do Ministério Público".