ARTIGO - João Paulo deveria imitar João Bento - Por professor Nazareno

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Foto: Divulgação

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"João Paulo devia imitar João Bento"
 
 
Professor Nazareno*
 
 
            Em Rondônia existem dois "Joãos". Poderiam ser apenas dois sujeitos despercebidos no cenário da cidade. Eles ficam localizados na capital do Estado e estão separados por aproximadamente três quilômetros de distância. O primeiro João está na Avenida Jatuarana, bairro Jardim Eldorado e o outro está na Avenida Campos Sales, bairro Nova Floresta ambos na zona sul de Porto Velho. O João Bento é conhecido pela suas boas qualidades, "filho" muito novo, com aproximadamente treze anos, faz propagandas grátis para os governos e o outro é o João Paulo Segundo, um pouco mais velho. Os dois são oriundos do mesmo pai e por isso sustentados e mantidos por ele: o Estado de Rondônia. Tornaram-se muito conhecidos ultimamente pelas suas atribuições.
            O "menino" mais novo deveria ser o orgulho da família. Tem sido há quase uma década o exemplo que todo pai gostaria de ter e de seguir. É a melhor escola pública do Brasil, até que se prove o contrário, em matéria de aprovação nos vestibulares em instituições de ensino superior. Seu sucesso está se espalhando pelo país afora. Somente neste ano, mais de duas centenas de alunos do Projeto Terceirão foram mandados para cursar uma universidade. Do Rio Grande do Sul ao Piauí, do Acre ao Rio de Janeiro há alunos do JBC aprovados nos mais variados tipos de vestibulares, Prouni e SISU. Na Unir, os números do João Bento também impressionam pela grande quantidade. A procura pelo seu ensino de excelência contagia e cresce anualmente no Estado inteiro.
            O outro João, filho problemático, tem dado só dor de cabeça para o seu pai. Com mais de vinte anos de existência, já foi até apelidado de "Açougue", passou pela mão de vários governos sem que nenhum deles tenha resolvido seu problema e mais recentemente o Brasil inteiro soube da sua existência através das lentes da toda poderosa Rede Globo. Dizem os mais incautos que essa emissora de televisão, que não é santa, operou um verdadeiro milagre, e por isso o "João dos problemas" está até melhorando a sua conduta. "Mas é tudo mentira, falácias". Açougue ou não, a verdade é que a falência da saúde pública em nosso Estado sempre nos envergonhou e manchou por anos a fio o nome de Rondônia sem que nenhuma providência séria fosse tomada.
            Todos sabem que o "João que dá certo" enfrenta muitos problemas, mas não desiste. Salas de aula sujas e extremamente quentes, sem ventilação, paredes sem pintura e caindo aos pedaços, falta de todo tipo de estrutura são rotinas enfrentadas diariamente por quase quatro mil alunos e professores que estão lá diariamente. Quem sabe se a "emissora de televisão milagreira" aparecesse as coisas iriam melhorar. Como santo de casa não opera milagre, tinha que ser a matriz e não a filial. Mas parte da mídia parece não gostar muito deste João. Talvez seja porque ele dá certo. Alguns sites de notícias até que gentilmente lhe dão espaço como o Rondonioaovivo, Rondonotícias e RondoniaInFoco de Cacoal, interior do Estado. Outros preferem noticiar as briguinhas políticas na Assembléia Legislativa ou a reação "heróica" de  alguns rondonienses quando alguém lhes chama de feios, e em qual capítulo está a novela da transposição dos servidores para o quadro federal. Noticiam até a rotina dantesca do "João de lá".
            O pior é que um João é que deveria ser o outro João: o Estado paga uma fortuna de salários a um médico e se esquece do professor que sempre viveu à míngua com um salário de fome. Uma sociedade que não prioriza o ensino e a educação não pode ter um futuro promissor, todo mundo sabe disto. O novo Governo já acenou com a possibilidade de ajudar o "João da educação" e tem demonstrado boa vontade, mas os outros irmãos não querem copiar o exemplo que dá certo. Se a Escola João Bento da Costa e o Hospital João Paulo Segundo tivessem ações numa Bolsa de Valores, em qual se devia investir, qual o João que dava mais lucros? Comparações à parte, o fato é que toda a população devia participar e cobrar garra das autoridades no sentido de melhorar a sua qualidade de vida. Todos os políticos são eleitos para isso. Resolver os problemas de qualquer “João” é atacar a desigualdade social que corrói o nosso país e ainda não nasceu governo disposto a isso. Investimentos em educação de excelência é o caminho mais seguro para se resolver quase todos os problemas que temos. Gastam-se milhões com porcaria de carnaval, cultura de massa e outras besteiras e se esquecem de investir no lugar certo. Sem isso, o jeito é "um João copiar o bom exemplo do outro João".
 
 
 
É Professor em Porto Velho.
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