POLÍTICA & MURUPI - Por Leo Ladeia
Foto: Divulgação
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“Foi uma farsa. Você coloca chefiados para ouvirem o chefe, e eles não fazem as perguntas que têm de ser feitas. É maldade com a Polícia do Senado” – Artur Virgílio, senador, sobre o depoimento do casal Zoghby à Polícia do Senado.
Ariquemes foi o palco para largada da eleição que se vislumbra como a mais disputada eleição de Rondônia. No centro da disputa não está a cadeira de governador e sim as duas vagas para senador. De um lado o atual governador Ivo Cassol, tido por muitos como sem partido mas, ainda filiado ao PPS e do outro, o senador Raupp do PMDB. A eleição mais importante é esta e faz com que a eleição para governador tenha o papel de coadjuvante. Na briga, as duas maiores forças políticas do estado vão para tudo ou tudo e se antecipam pondo o bloco na rua. Ambos precisam dos oito anos de mandato no Senado Federal e, não apenas para continuarem na vida política tocando suas carreiras. Rondônia vive o seu melhor momento desde sua criação e não dá para ser barrado no baile. Noves fora Cassol e Raupp, o jogo está todo aberto para o restante.
02-Cassol e seus caminhos
Barrado no PSDB – sua melhor opção em termos de tempo eleitoral – Cassol continua forçando a porta e de olho em outras possibilidades – PV, PR, PSDC, PTB – mas é tida como certa sua entrada no PP, levando junto seu fiel escudeiro Tiziu Jidalias e a legião dos seus seguidores. A decisão, ao contrário do que ocorre com o PSDB, cabe apenas a Cassol e deverá ser confirmada muito
03-Cassol, PSDB e Cahula, o “Cavalo de Tróia”
Cassol faz um jogo político inteligente, agressivo, que lembra a figura do canoeiro com, um pé em cada canoa. Para o seu jogo, a importância do PSDB, além do fato de ter mais tempo na mídia, é fundamental. Ou o senador Cassol, ou o seu governador cassolista, ou os dois terão que estar em sintonia fina com o novo presidente, qualquer que seja o nome. Cassol flerta com o PSDB, elogia Dilma e até poderia permanecer no PPS, não fora a pedra no sapato, chamada Moreira Mendes. Se é tida como certa a ida de Cassol para o PP, também são favas contadas o ingresso do Cahula no PSDB com o grupo do Cassol. Com Cahúla tucano, Ivo estaria com o plano em marcha, apoiando os dois palanques presidenciais nos comícios e sem estar em nenhum deles. Para vice do Cahula, um empresário bem sucedido de Porto Velho já está na agulha. É aguardar.
04-PT e PMDB unidos por uma causa
O PT tem historicamente 30% do eleitorado e cresce. O PMDB tem a maior estrutura de partido do estado. Sozinhos porém, não fazem frente ao furacão Ivo Cassol. Aliança no primeiro ou no segundo turno? O ideal para Raupp é que seja no primeiro, quando se define a eleição para o Senado. Apesar do objetivo comum, o palanque da Dilma, a aliança é a mais difícil de se concretizar. O PMDB parte na frente e deixa o imbróglio para o PT que deverá se definir entre Fátima, Valverde e com Sobrinho correndo por fora. Mas não se enganem: apesar da força e da estrutura do PMDB, quem dá cartas no jogo é o Raupp. Amir sabe disso, como o sabem também Suely e Confúcio. Na hora da onça beber água, ninguém se aproxima da lagoa que fica livre para a onça beber até fartar-se, se me fiz entender. Em política, cada manhã de cada dia é um mistério.
05-O fator Fátima Cleide
Ainda está viva na memória a lição de competência dada pelo PT na eleição da Fátima Cleide quando a professora, matou o bicho-papão Expedito, mesmo com o apoio do Cassol. Sendo Cassol e Raupp, os grandes expoentes à eleição do Senado, sabem que pode surgir do nada alguém para morder uma fatia considerável de votos, vez que o eleitorado do Raupp não vota no Cassol e vice-versa. Para reduzir o estrago, um pacto de não-agressão talvez ajude mas, não impede. Como ambos são “Highlanders” – só pode haver um – é muito provável que um nome surja das hostes cassolistas – Tiziu já é seu fiel escudeiro e uma opção possível – para abocanhar o naco da terceira via e Raupp terá do PT, um nome com chances reais, depois da indicação a governo.
06-E Bianco onde entra?
Decifra-me ou devoro-te. Depois governar o estado, reorganizando-o, a Esfinge repetiu a dose
07-Rescaldo de Ariquemes
Conversei com o deputado Valverde que estava em Ariquemes reunido com militantes e lideranças do Vale do Anari, ouvindo as bases e erigindo apoios ao projeto do PT. No meio da reunião foi chamado para um encontro com líderes do Bom Futuro para falar sobre a proposta do governador Cassol, de trocar uma reserva por outra. Valverde foi enfático: a decisão foi encaminhada ao Ministério do Meio Ambiente mas, a viabilidade é precária. Para Valverde, a criação da Reserva do Rio Vermelho pelo estado carece de base jurídica, visto serem terras pertencentes à União. A proposta defendida por Valverde, não passa pelo Rio Vermelho. Os pecuaristas com criação extensiva, algo em torno de 50 proprietários seriam retirados e os pequenos posseiros teriam os seus lotes regularizados, respeitando-se o Zoneamento do estado para que possam produzir de forma sustentável sem agredir a floresta. A situação continua tensa.
08-Imprensa domesticada
As reviravoltas políticas estão acontecendo nos bastidores de forma tão intensa e com uma velocidade tão grande que parte da imprensa se perdeu. O mesmo se pode dizer de políticos que cochilaram. Sem aviso prévio, defuntos políticos estão ressuscitando e assombrando muita gente. Da noite para o dia quem estava no ostracismo reaparece e dando ordens. O aliado de ontem é o defenestrado de hoje e a babação acertada vai para o lixo. Tanto trabalho perdido, jogado fora. Assim não é possível fazer a linha editorial. Nas redações a moça do cafezinho e o office boy vão acabar fazendo o check list de releases ou resumo do Diário Oficial. Desorganizaram a bagunça. Danou-se!
09-Semana de papo furado
Como as MPs estão trancando as pautas das duas Casas Legislativas, a semana vai ser de “embromation”. No Senado os parlamentares de oposição vão desancar o que aparecer nas revistas de fins de semana ou qualquer assunto veiculado no Congresso
10-Armadilhas urbanas
Dia das mães e a Praça Aloísio Ferreira estava cheia de gente. Pena que estava muito escura, salvo nas barraquinhas. Fios espalhados pelo chão levavam uma iluminação precária mas, no centro da praça, o maior breu. O coreto que era o ponto de encontro para músicos, estava completamente apagado. Tampas de concreto, já quebradas e arrastadas, como verdadeiras armadilhas. Não há banheiros, não há atrações musicais ou artísticas mas, a praça estava cheia de gente. Com um pouco mais de cuidado, planejamento, organização e principalmente, iluminação, a praça poderia ser muito melhor. A comida é muita boa, o artesanato é sofrível e o povo vai disposto a se divertir e consumir, apesar de tudo. Custa tão pouco a ação do serviço público, que não dá para entender porque não fazem. Depois dizem que falo muito. É só o que posso fazer.
* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!