ARTIGO: Quem reelegeu Roberto Sobrinho?

Da Redação

09 de Fevereiro de 2009 às 10:43

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Foto: Divulgação

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Nos últimos tempos, nós que moramos em Porto Velho passamos a nos perguntar quem foram os responsáveis pela reeleição de Roberto Sobrinho. Isso vem ocorrendo em função das obras inacabadas, o fato das ruas da Capital parecerem a superfície da Lua e das denúncias de improbidade, não só por parte do prefeito como de alguns de seus secretários.

Apesar de tudo isso, ele teve uma expressiva votação, tão expressiva que venceu em primeiro turno. Mas a reeleição de Sobrinho se deve a uma série de fatores. Podemos começar pelos adversários. O deputado federal Lindomar Garçon mostrou logo no primeiro debate que não seria páreo para o petista. O também deputado federal Mauro Nazif entrou na disputa sem vontade e não convenceu. Os demais foram meros coadjuvantes. Um destaque para o deputado estadual Dr. Alexandre, que foi quem descobriu a viagem de Sobrinho a Itália, acompanhado da Primeira Dama que recebera diárias para isso. Esse episódio também foi o ponto alto da campanha.

Em seguida temos os programas assistencialistas do Governo Federal. Esqueçam as obras. Elas não foram responsáveis pela reeleição do candidato petista. Foram esses programas que elegeram e reelegeram o prefeito de Porto Velho. O mais interessante é que o criador de Sobrinho foi o ex-prefeito Carlos Camurça. Vou explicar. Quando surgiu o Bolsa-Família, o ex-prefeito não vislumbrou o potencial eleitoral do programa. Roberto Sobrinho, como quem não queria nada, pediu ao ex-prefeito que ele (Sobrinho) assumisse o cadastramento das famílias em Porto Velho. Doido para se livrar desse “problema”, Camurça, sem ônus para o município, deixou que o petista fizesse esse cadastro.

No dia seguinte Roberto estava nas ruas. Cadastrou milhares de famílias na periferia, além de percorrer todos os distritos. Foi essa artimanha que tirou o petista de 1% nas pesquisas para uma estrondosa vitória em segundo turno contra Mauro Nazif.

A reeleição foi igual. O cadastro do Bolsa-Família aumentou e a cidade piorou. Eu sou nascido em Porto Velho e sinceramente me dói ver essa cidade nesse estado deplorável. Está caótica e a impressão que se tem é que por essas bandas não existe compromisso por parte dos políticos que administram o município.

Ninguém cobra responsabilidade, nem mesmo os vereadores. Estes, por sua vez, estão mais preocupados em brigar por cargos que pela cidade. O Ministério Público também parece que não enxerga as mazelas da cidade.

Mas esse, que antecede eleições gerais, certamente muitas das obras que estão paralisadas serão concluídas. Resta saber se elas terão qualidade. Eu sinceramente duvido muito que elas durem mais que dois anos.

Porto Velho está crescendo em ritmo acelerado e os problemas tendem a crescer na mesma proporção. O prefeito tem que parar com essa política fisiologista e começar a administrar a cidade com responsabilidade. O fato de não querer enxergar um problema não quer dizer que ele não exista.

A reeleição de Sobrinho lembra a eleição de Fernando Collor. O ex-presidente foi eleito com uma esmagadora maioria de votos, mas quando começou o processo de impeachement do então presidente, não aparecia um eleitor sequer. Roberto está no mesmo caminho. A exceção dos petistas de carteirinha, seus eleitores estão cada vez mais sumidos.

Do jeito que a coisa anda, começo a concordar com a Regina Duarte quando dizia, “eu tenho medo do PT”. Eu vou mais longe, eu também tenho medo do Sobrinho.

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