O deputado estadual Jesualdo Pires (PSB/Ji-Paraná) fez um alerta hoje de que o Estado de Rondônia pode estar sendo prejudicado por manobras lobistas praticadas pelo ex-senador Sibá Machado, visando beneficiar empresas do estado Acre na participação majoritária na demanda de serviços resultantes das obras das Usinas de Santo Antônio e Jirau.
Conforme o deputado, não é a primeira vez que ele é procurado por empresários rondonienses, que preocupados, denunciaram possíveis manobras do suplente de senador Siba Machado (PT-AC) para beneficiar e fortalecer as empresas do Acre junto aos consórcios de empresas responsáveis pela construção das Usinas.
A denuncia levanta suspeitas de que Siba Machado esteja agindo como um agenciador das empresas acreanas e a estratégia esteja deixando de fora as empresas de Rondônia.
O ex-senador estaria se valendo do cargo de assessor especial representando a comunidade do consórcio da empresa responsável pela construção da Usina de Jirau para facilitar o ingresso destes empresários acreanos nas obras e com isso fortalecer o setor empresarial do Estado do Acre, e reduzir as chances de empresas rondonienses de serem contratadas para prestarem serviços.
“Não sou contra o estado do Acre nem tampouco contra o povo acreano, só não acho justo que esta oportunidade seja perdida na geração de empregos para o povo rondoniense, inclusive tendo uma lei aprovada na Assembléia Legislativa priorizando a contratação de obra de nosso estado.”, comentou o deputado do PSB.
Jesualdo Pires, ao comentar a situação, classificou a manobra como uma afronta descabida e desrespeitosa à sociedade rondoniense. “Essa conduta é inaceitável e deplorável, porque tem o objetivo de sugar nosso Estado. O Acre está sendo colocado numa situação de explorador, tirando as oportunidades às empresas de Rondônia ”, criticou.
Sibá Machado: manobras estariam favorecendo empresas acreanas
Na última segunda-feira (26), a empresa Camargo Corrêa, responsável pela construção das usinas do Madeira, suspendeu os contratos de fornecimento que tinha com empresas rondonienses. A manobra, segundo fontes do Rondoniaovivo, teria sido articulada pelo conselheiro Sibá Machado, que é suplente de senador pelo Acre e representa Rondônia no Conselho Administrativo do Consórcio Energia Sustentável do Brasil, com o intuito de favorecer um pool de empresas acreanas, que atenderiam exclusivamente os serviços de engenharia e alimentação da Camargo Corrêa, excluindo dessa forma as empresas rondonienses.
Há seis meses, instituições representativas das indústrias e comércio de Rondônia, como Fecomércio e outras, se reuniram em discussão sobre as exigências para que as empresas rondonienses pudessem concorrer a prestações de sérvios à Odebrecht. Na ocasião a preocupação era com a adequação dessas empresas quanto ao ISO 9.000, 9.001 e 18.000 entre outras visto que, as que não tivessem os devidos certificados não poderiam participar de licitações. Ainda não se sabe a verdadeira causa da quebra dos contratos, ocorrida nesta segunda.
O presidente da Federação Interestadual dos Trabalhadores nas Indústrias nos estados de Rondônia e Acre (FITRAC) Acácio do Amaral lamenta a possibilidade da desvalorização do estado de Rondônia quanto a prestação de serviços no complexo das usinas, por meio de uma possível articulação política porém, o sindicalista alerta para a grande demanda por fornecedores nos setores de engenharia e alimentação. Segundo ele, as usinas terão, no pico da Obra, mais de 34 mil trabalhadores.
Amaral explica que, o caso é uma questão de valorização do poder local, destacando a Fiero, através de seu novo presidente Denis Baú e Francisco Linhares, presidente da Fecomercio que, segundo ele, não tem medido esforços nesta "valorização". O dirigente declara não ter nada contra os empresários do Acre. "Para entrar na casa dos outros normalmente é preciso pedir licença". Exemplificou.
Serviços
As usinas de Santo Antonio e Jirau terão cozinhas próprias, daí a necessidade de fornecedores de arroz, feijão, carnes, verduras e etc... Para a preparação das refeições para mais de 34 mil trabalhadores em cada complexo hidrelétrico.
Para o setor de engenharia, a demanda é enorme e é possível que não haja empresas suficientes para prestar o serviço, ensejando assim, a vinda de empresas do Acre.
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