Política em Três Tempos - Por Paulo Queiroz

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Foto: Divulgação

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1 – O PT FURIBUNDO Não se abespinhe o leitor com inopinados queixumes de porta-vozes do aparelho estatal petista, invariavelmente recheados de arroubos autocongratulatórios, contra supostos “sofismas e falácias” da imprensa brasileira que haverão de tentar ocupar o espaço público por estes dias e nos meses que virão. Tais iniciativas atendem a uma decisão da Comissão Executiva Nacional do PT que, no dia 1º do mês em curso, publicou uma resolução política que convoca toda sua militância, detentores de mandatos, ocupantes de cargos de confiança e instâncias partidárias a enfrentar o que chamou de “ofensiva da direita, articulada com setores da mídia, contra o PT e o governo Lula”. Nem coisa, nem lousa. Trata-se de medida profilática típica de partido que está no poder, objetivando sua manutenção, ampliação e perpetuação. Pudera! Tem petista empoleirado em cargo de livre nomeação que ainda não se refez do susto e dos dias de angústia que representou o período entre o primeiro e o segundo turnos da eleição do ano passado, quando a reeleição do presidente Lula da Silva - dada como certa já na primeira fase da disputa por todo aparelho estatal petista – chegou a ser ameaçada. Na ocasião, não se teve a menor hesitação - quando se tratou de encontrar os culpados por tamanha aflição -, acusando-se a imprensa de ter inventado o “mensalão” e as elites de tirar proveito do escândalo “artificial”. A imprensa também teria superdimensionado a tramóia da tentativa de compra do dossiê contra o candidato ao governo paulista José Serra e tucanos em geral, ocasião em que os “aloprados” do PT foram presos com malas recheadas de dinheiro. Depois daquelas semanas de verdadeiro pavor eleitoral e decorrente insegurança financeira, os “dizimistas” do PT deram de enxergar chifres em cabeça de cavalo por toda parte, localizando em tudo quanto é crítica à administração petista indícios inequívocos de conspiração das elites e oportunismo da imprensa objetivando desmoralizar e derrubar o governo Lula. 2 – AVE CÉSAR! Para se ter uma idéia da cavilação, informe-se que, após enumerar “um conjunto de políticas exitosas” que teria sido implantado desde o primeiro mandato e a isso atribuir o “sólido apoio que o governo Lula continua recebendo, segundo todas as pesquisas, da maioria do povo brasileiro”, a resolução petista segue afirmando que “a oposição recorre à manipulação e à mentira para desgastar o governo, o presidente Lula e o PT.” De acordo com o documento, “a derrota da reforma política, as vaias contra o presidente na abertura do Pan e o tratamento dado por setores da mídia e da oposição ao acidente com o avião da TAM revelam que a oposição, articulada com setores da mídia, está ‘subindo o tom’ nos ataques ao governo e ao PT, tendo em vista tanto as eleições de 2008 quanto as eleições de 2010”. Ah, bom! Para se contrapor a tais maquinações, aos petistas que têm muito a perder foi-lhes ensinado que “a notícia nunca foi isenta”. Que “ela vem recheada de conceitos ideológicos, com o propósito de conquistar o cidadão”. Que “os donos da mídia usam suas áreas profissionais para defender seus espaços econômicos, sociais e ideológicos”. Enfim, que “a mídia é um claro exemplo de que nossa democracia – nossa, de quem, cara-pálida? - precisa avançar bastante”, citando-se uma pá de veículos como prova da tese em questão. Mas se isso prova alguma coisa, certamente é que em matéria de “sofismas e falácias” os petistas ficam a dever nada aos capciosos que buscam identificar. O ponto de inflexão da resolução petista, porém, é aquele segundo o qual, diante dos incontrastáveis números que indicam a elevada popularidade de Lula, todos deveriam curvar-se maravilhados e render-lhe jubilosa vassalagem. Pelas contas da acolitagem local, “são 48% da população dizendo que o governo é ótimo ou bom. Se somarmos aos que o consideram regular, esse número saltará para 84%. Vamos dividir ao meio os regulares em positivos e negativos, ainda assim o Governo estaria com mais de 66% de aprovação!!!” Um espanto! 3 – FALÁCIA EM PESSOA A História, no entanto, recomenda algum siso com essa tal popularidade. Quem a confunde com um dos faróis da humanidade – como parece ser o caso dos petistas que andam esgrimindo a do “nosso (deles) guia” – por certo estaria entre os que levaram figuras como Hitler e Mussolini (cujos índices de popularidade reduziriam os de Lula a pinto) ao poder. A recíproca é verdadeira. Churchill jogou a derradeira pá de cal sobre Berlim em maio de 1945 e em agosto foi defenestrado de Downing Street - perdeu a eleição para Clement Attlee. E nem é preciso ir tão longe para concluir que popularidade não é sinônimo de virtude, porquanto nunca, antes, neste país existiu alguém mais impopular do que Oswaldo Cruz ao liderar as campanhas de vacinação do início do século passado. Enfim, o que o PT e sua militância parecem estar a exigir dos críticos do governo, especialmente da imprensa, em relação a Lula é “palmas para ele, que ele merece!”. E só. Menos que isso é “o exercício da falácia ou o aperfeiçoamento do sofisma”. Para o filósofo Rubens Coutinho, tal atitude é efeito das lentes cor de rosa pelas quais todo governista – de qualquer época e lugar – tende a enxergar o cenário em sua volta, não obstante o logro e o embuste que possam campear. Noves fora os que, sinceramente, ainda acreditam que Lula possa recuperar ao menos parte da autenticidade proletária que um dia o transformou no maior símbolo de esperança de transformação do país. Em vez da mudança, desde que chegaram ao poder, Lula e corriola não têm feito outra coisa senão mais do mesmo que estava aí. No resumo da ópera, o PT e seu presidente de honra vitalício transformaram-se eles próprios na maior falácia que a este país foi dado conhecer. Tanto que o conceito de justiça social do governo petista é, sem tirar nem por, o mesmo do pessoal responsável pelo “Criança Esperança”. A diferença entre Lula e Renato Aragão, então, é que este faz palhaçadas na expectativa de divertir mesmo a platéia, enquanto aquele aspira ser levado a sério.
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