BLOQUEIO DE R$ 2 BILHÕES: Operação Godos desmantela maior organização criminosa rural de Rondônia

A operação, que mobilizou mais de 500 agentes públicos, entre promotores de Justiça, policiais militares e civis, peritos e servidores administrativos, contou com o apoio de forças estaduais de RO, AM, MT e PA

BLOQUEIO DE R$ 2 BILHÕES: Operação Godos desmantela maior organização criminosa rural de Rondônia

Foto: Operação Godos

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O Ministério Público do Estado de Rondônia (MPRO) deflagrou, nesta quarta-feira (12), a Operação Godos, considerada a maior ação já realizada no âmbito estadual contra o crime organizado. A ofensiva, conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), teve como alvo uma organização criminosa violenta e fortemente armada, atuante em invasões de terras, extorsões, crimes ambientais e lavagem de dinheiro em diversas regiões de Rondônia e estados vizinhos.
 
 
A operação, que mobilizou mais de 500 agentes públicos, entre promotores de Justiça, policiais militares e civis, peritos e servidores administrativos, contou com o apoio de forças estaduais e federais, além de órgãos dos estados de Mato Grosso, Amazonas e Pará. Ao todo, foram cumpridos 50 mandados de prisão temporária e 120 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 2ª Vara de Garantias de Porto Velho.
 
 
Além das prisões, o MPRO determinou o bloqueio de bens e valores que somam R$ 2,05 bilhões, referentes a danos materiais, ambientais e climáticos, bem como ao produto dos crimes. O montante é o maior já registrado em uma única investigação do Ministério Público de Rondônia
 
 
 
Prisões e confrontos
 
Entre os 20 presos está o ex-vereador e ex-subsecretário de Agricultura de Nova Mamoré, José Carlos R. S., 53 anos, conhecido como “Eletricista”, apontado como integrante da Liga dos Camponeses Pobres (LCP) — grupo investigado por invasões de terras, extorsão, lavagem de dinheiro e posse ilegal de armas.
 
 
Outro detido é o vereador de Nova Mamoré, Jair A. O., 46 anos, o “Jair da 29”, apontado como um dos líderes da LCP. As prisões ocorreram em diversas localidades, incluindo Nova Mutum Paraná, União Bandeirantes, Buritis, Ji-Paraná, Rolim de Moura, Cerejeiras e Guajará-Mirim.
 
 
Durante o cumprimento dos mandados, um homem identificado como Elias C. L., 46 anos, conhecido como “Elias Topógrafo”, morreu em confronto com a polícia na região da Fazenda Galo Velho, em Nova Mutum Paraná. A esposa dele foi baleada e transferida de helicóptero para o Hospital João Paulo II, em Porto Velho.
 
 
As forças de segurança apreenderam 21 armas de fogo, incluindo fuzis e pistolas de uso restrito, além de equipamentos utilizados nas invasões de propriedades rurais.
 
 
Esquema milionário e destruição ambiental
 
 
De acordo com o MPRO, as investigações iniciadas em setembro de 2022 revelaram um esquema criminoso sofisticado que combinava violência, coerção e lavagem de dinheiro. O grupo constrangia proprietários e posseiros, sob grave ameaça, a transferirem terras para terceiros indicados pelos criminosos. Em muitos casos, as vítimas eram coagidas a assinar contratos simulados de cessão de posse, sob risco de morte, agressões e destruição de bens.
 
 
A quadrilha também explorava recursos naturais de forma ilegal, vendendo as áreas invadidas e lavando os lucros por meio de “laranjas”, empresas de fachada e transações imobiliárias fictícias. Um levantamento preliminar identificou desmatamento ilegal de aproximadamente 25 mil hectares o equivalente a 35 mil campos de futebol.
 
 
As movimentações financeiras dos investigados, analisadas com autorização judicial, indicam uma circulação de mais de R$ 110 milhões entre 2020 e 2025.
 
 
Ação integrada e abrangência interestadual
 
 
A Operação Godos se estendeu por quatro estados Rondônia, Mato Grosso, Amazonas e Pará , alcançando simultaneamente dezenas de municípios. O esforço conjunto envolveu o Gaeco de Mato Grosso, as Polícias Civis do Amazonas e do Pará, a Força-Tarefa Integrada de Combate ao Crime Organizado (FTICCO), a Polícia Militar e a Polícia Civil de Rondônia, além da Sedam, DER, Politec e o Corpo de Bombeiros Militar.
 
 
Segundo o MPRO, o nome “Godos” faz referência a uma antiga civilização conhecida pela sua expansão territorial e poder bélico uma alusão à estrutura organizada e à violência empregada pelo grupo investigado.
 
 
Compromisso institucional
 
 
Em nota, o Ministério Público de Rondônia reafirmou seu “compromisso inabalável com a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis”, destacando que a Operação Godos representa um marco no enfrentamento ao crime organizado no estado.
 
 
Com a desarticulação da quadrilha e o bloqueio bilionário de bens, a operação se consolida como um dos maiores golpes já desferidos contra organizações criminosas ligadas a conflitos agrários e crimes ambientais na Amazônia.
 
A atuação conjunta das instituições demonstra que o Estado de Rondônia não tolerará organizações criminosas que atentem contra a vida, o meio ambiente e a propriedade. Essa operação é um divisor de águas na luta contra o crime organizado”, destacou um dos promotores responsáveis pelo caso.
 
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