Aluízio Vidal diz que prisão e soltura relâmpago de Sobrinho e Mário Sérgio envergonham a todos

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Foto: Divulgação

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O ex-candidato a prefeito de Porto Velho pelo Partido do Socialismo e Liberdade (PSOL), Aluizio Vidal, foi o entrevistado desta sexta-feira (12) do programa A Voz do Povo, da rádio Cultura FM 107,9, apresentado pelo jornalista e advogado Arimar Souza de Sá e retransmitido pela rádio Antena FM 98,3, de Alvorada do Oeste.
Em pauta, a prisão e soltura relâmpago do ex-prefeito Roberto Sobrinho (PT) e do ex-vereador e ex-presidente da Empresa Municipal de Desenvolvimento Urbano (Emdur), Mário Sérgio, presos acusados de comandar suposto esquema que teria desviado R$ 27 milhões dos cofres da Emdur.
“Não foi julgado ainda, tem todo o direito da dúvida em relação a serem culpados ou não. Mas, me preocupa é esta sensação de vergonha que a nossa sociedade enfrenta, sendo surpreendida com operações, prisões e outras ações. Ou o Ministério Público é muito irresponsável em fazer essas acusações, ou os gestores públicos nossos são muito irresponsáveis e corruptos. Prefiro crer na segunda alternativa, infelizmente”, declarou ao abrir a entrevista.
Segundo ele, “essas situações reforçam uma carga negativa de que aqui é terra de ninguém e sem lei. Isso é muito ruim, parece que os aventureiros ainda não deixaram de aportar aqui”.
Vidal disse ainda que “a não envergonha mais a ninguém, nem mesmo entre os amigos e familiares. A política rondoniense virou um espaço de promiscuidade e isso está virando uma coisa normal, o que não podemos aceitar. Cada um de nós tem de reagir com indignação, ante tamanhos problemas”.
Sobre a soltura relâmpago de Sobrinho e Mário Sérgio, Vidal citou que não tem conhecimento técnico para analisar a questão constitucional. “Mas, como cidadão, percebo que essa pressa do Tribunal de Justiça ou constrange o Ministério Público ou constrange a sociedade. A prisão anima a sociedade, com uma expectativa de que se fez justiça. Mas, a soltura, no dia seguinte, faz com que a população caia na dura realidade que quem tem dinheiro, se livra da prisão. O que muitos questionam é: se era pra soltar no dia seguinte, pra quê prendê-los?”, questionou.
Segundo Vidal, “Roberto está se comportando como político em campanha, dando entrevista, se dizendo vítima e tal. A população também precisa ter senso crítico e se manifestar. Por exemplo, se eleger-se deputado federal, vai se aproveitar da imunidade parlamentar para responder por seus atos quando prefeito”.
Ele lembrou que “quando o crime mexe com uma pessoa, atinge diretamente a sua família. Mas, quando se faz um crime contra a sociedade, se atinge toda a população. Se há provas robustas contra Sobrinho e os demais indiciados, que haja agora pressa para punir quem for efetivamente culpado. Infelizemente, somos ainda uma justiça que só pune os três 'pês' (pobre, preto e prostituta)".
Ao ser indagado sobre onde teria ido parar o montante de recursos, que aportou na capital nos últimos anos, e a cidade estar em frangalhos, Aluízio Vidal alfinetou: “onde estão nossos vereadores, deputados estaduais e federais e senadores. Onde está o dinheiro e ninguém fez nada”.
Aluízio Vidal ainda comentou sobre a proposta do senador Ivo Cassol (PP), que tenta barrar a lei de improbidade administrativa. "Primeiro, é uma vergonha pra nós, rondonienses termos um representante com essa petulância de legislar em causa própria. De novo, quando a imprensa nacional noticia algo sobre Rondônia, é negativo. No caso do Cassol, a sociedade precisa compreender que quem se está elegendo, vai legislar sobre temas tão delicados", desabafou.
Sobre os 100 dias de mandato de Mauro Nazif (PSB), como prefeito da capital, ele disse que “não é possível mudanças estruturais e pouco tempo, mas é preciso fazer alguma coisa e mostrar que a cidade tem uma nova gestão, o que, infelizmente, ainda não houve”.
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