O escrivão da Justiça Raimundo Nonato Fernandes Moreira, 60, foi preso em flagrante no final da tarde de ontem por agentes do Núcleo de Defesa da Criança e do Adolescente e da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM). A prisão ocorreu quando ele saía em um carro Corola com três adolescentes de 14 e 15 anos de uma residência no bairro São Vicente. A investigação começou na sexta-feira, quando os familiares das três garotas registraram ocorrência na delegacia.
Raimundo pegava as garotas na escola Tancredo Neves, no horário de aula, e as levava para sua casa onde mantinha relação sexual com elas. Uma das garotas de 15 anos, em entrevista à Folha, confirmou ter mantido relação sexual. Inclusive confessou ter vendido sua virgindade por R$ 150,00. Ela ainda afirmou que houve o caso de outra garota de 14 anos que perdeu a virgindade com Raimundo também por dinheiro.
A adolescente confessou que conhecia pelo menos 18 garotas que mantinham relação sexual com o acusado, entre as vítimas uma criança de 11 anos e duas indígenas também menores de idade. Desde a chegada de Raimundo no Núcleo que funciona no mesmo prédio da DDM, o local ficou tumultuado por advogados para defender o acusado e familiares das vítimas. A Folha acompanhou o caso até às 22h20, quando já havia pelo menos sete garotas que confirmaram terem se relacionado com o escrivão.
A delegada Edneia Chagas confirmou a prisão em flagrante de Raimundo pelo menos no que se referiam às três garotas encontradas com ele. O procedimento entrou pela madrugada e até aquele momento estava estudando em quais crimes o enquadraria, no entanto ela adiantou que possivelmente seriam exploração sexual e corrupção de menores.
O carro de Raimundo foi apreendido e levado para a delegacia. Ele permaneceria preso na especializada até a conclusão do procedimento e posteriormente deveria ser levado para o presídio. A delegada acrescentou que, quanto às outras vítimas, que podem ultrapassar a casa das 20 garotas, a investigação vai continuar e, conforme sejam confirmadas, Raimundo também será indiciado.
Os pais das garotas envolvidas no caso que estavam na frente da delegacia protestaram contra o acusado e exigiam que a polícia fizesse Justiça.