*Duas mulheres foram presas na tarde de quinta-feira por ordem do juiz federal Helder Girão Barreto. Elas eram testemunhas arroladas pelo Ministério Público Federal no processo que ficou conhecido como “Caso Gafanhoto”, em que várias pessoas, inclusive, políticos e ex-autoridades do Estado, foram presas e, mais de dois anos depois, respondem em liberdade pela acusação de desviar milhões de reais dos cofres públicos.
*Estefânia Lima da Silva, 31, empregada doméstica e Elizabeth Feitosa, 37, também secretária do lar, eram testemunhas de acusação contra Aline Elen, que na época em que estourou o caso foi presa e detinha em seu poder procurações para receber dinheiro do Estado, em nome de funcionários “laranjas”. Ao iniciarem depoimento na sala de audiência do Fórum Federal, elas afirmaram ao juiz que durante o interrogatório prestado na Polícia Federal à época teriam sido pressionadas pelo delegado e agentes que estavam na sala a dizer o que eles queriam.
*Por entender que as duas mulheres estavam mentindo em juízo e, de acordo com o artigo 342, parágrafo I do Código Penal Brasileiro, que trata do crime de falso testemunho, Helder Girão determinou que uma equipe de policiais federais prendesse as duas testemunhas. Na sala também estavam os advogados Agamenon Almeida e Pedro Coelho, que acompanhavam os depoimentos por serem defensores da ré Aline Elen.
*Estefânia e Elizabeth foram conduzidas para a sede da Polícia Federal e autuadas em flagrante pelo delegado Eduardo Hiroshi. Conforme informações junto à instituição, ao prestarem depoimento para o delegado, elas teriam confessado que mentiram em juízo. Após a conclusão do auto de prisão, elas foram levadas ao Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) e, após realizarem exames de corpo delito, foram entregues na Penitenciária Feminina.
*No dia de ontem o advogado Cláudio Almeida deu entrada a um pedido de arbitramento de fiança e relaxamento da prisão das duas domésticas. O pedido está em tramitação na 2ª Vara Criminal Federal para apreciação do juiz federal. Até o fechamento da matéria, às 18h, as duas continuavam presas.