RESULTADO: “Justiça Presente” faz diagnóstico da situação prisional em Rondônia

Vale ressaltar que antes de chegar ao estado foi feito todo um levantamento pela comissão, por meio de e-mail e sistemas de informação dos envolvidos

RESULTADO: “Justiça Presente” faz diagnóstico da situação prisional em Rondônia

Foto: Divulgação

Receba todas as notícias gratuitamente no WhatsApp do Rondoniaovivo.com.​

O Tribunal de Justiça de Rondônia recebeu na manhã de segunda-feira, dia 18, uma comitiva do Conselho Nacional de Justiça que veio a Rondônia para diagnosticar o sistema prisional do Estado, bem como pactuar ações para o programa Justiça Presente, cujo foco é o enfrentamento da crise no sistema prisional brasileiro.

 

Trata-se de uma grande mobilização nacional evolvendo o Departamento de Monitoramento e Avaliação do Sistema Prisional e Sistema Socioeducativo (DMF), tribunais de Justiça e demais integrantes dos Sistema de Justiça em todo país. Com o apoio das Organizações das Nações Unidas-ONU, o programa prevê a formulação de soluções estruturante e sustentáveis para combater problemas como superlotação, mortalidade alta, crescimento de facções, violações de direitos, prisões disfuncionais, falta de oportunidades reais de ressocialização, entre outros.

 

Recebemos a iniciativa com muito entusiasmo, pois o programa vem ao encontro do que vem defendendo o TJRO com relação ao sistema prisional, inclusive temos projeto de ressocialização no próprio tribunal”, disse o presidente do GMF - Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário de Rondônia, juiz Sérgio William Teixeira, referindo-se ao programa que oferece oportunidade de trabalho aos reeducandos e reeducandas em funções de manutenção predial e digitalização de processos.

 

Outro destaque apresentado pelo magistrado à comitiva em forma de vídeo foi o trabalho da Acuda, Associação Cultural e de Desenvolvimento do Apenado e Egresso, que tem conseguido, de fato, ótimos resultados com relação à ressocialização.

 

Além de membros do Judiciário, a comissão, composta por Talles Souza, Ariane Martins, Wesley Cavalcante, Felipe Athayde, Marcus Rito e Fabiana Leite, também conversou com representantes da Sejus, Ministério Público e Defensoria, em reunião ocorrida no auditório do TJRO.

 

A comissão esclareceu que não se trata de inspeção, apenas uma vista para conhecer melhor a realidade de cada estado. Dentro do cronograma, ainda pela manhã, a comitiva visitou a central de monitoramento eletrônica para verificar com é implantada, fiscalizada e retirada a tornozeleira eletrônica.

 

À tarde, a comissão visitou a audiência de custódia, no Fórum Criminal de Porto Velho. Na terça-feira, a visita continua com diálogo sobre Projetos Específicos com a Unir, Emeron e Acuda; reunião sobre coleta biométrica e documentação de PPL; Administração Penitenciária, plano executivo estadual para o Justiça Presente e fechamento dos trabalhos com o coordenador Estadual do GMF.

 

Vale ressaltar que antes de chegar ao estado foi feito todo um levantamento pela comissão, por meio de e-mail e sistemas de informação dos envolvidos, dados que compõem o plano executivo estadual para o projeto.

 

 

Situação

 

Rondônia apresenta 49 estabelecimentos prisionais, incluindo as unidades de monitoramento eletrônico. Conforme a Secretaria Estadual de Justiça, havia 11.293 pessoas privadas de liberdade em janeiro de 2019, das quais 14,6% não apresentavam condenação. Havia 637 presos para cada 100.000 habitantes (dados Infopen), de forma que o estado compõe uma das maiores taxas de aprisionamento do país. Adicionalmente, cerca de 7% da população prisional estadual é composta por mulheres, havendo aproximadamente 90 mulheres para cada grupo de 100.000 pessoas do sexo feminino no estado.

 

Conforme o INFOPEN (2017), o estado apresenta uma taxa de 11,1 óbitos para cada 10.000 pessoas privadas de liberdade, se aproximando do cenário nacional (13,6). A maioria dos casos ocorreu por questões naturais (7,4 mortes para cada 10.000 presos), seguida por motivações criminais (2,8 para cada 10.000 presos) e suicídios (0,9 para cada 10.000 presos).

 

Ao longo dos anos foram estabelecidos diversos convênios entre o estado e o Depen, bem como foram repassados distintos recursos fundo a fundo para compra de materiais e abertura de novas vagas no sistema prisional local. Em andamento, conforme o Ministério da Justiça, foram investidos mais de 32 milhões em Rondônia, com o objetivo de criar mais de 900 vagas nas prisões estaduais. Entre 2011 e 2016 foram repassados cerca de 5 milhões para a aquisição de equipamentos, como aparelhos de Raios-X, detectores de metais e compra de veículos.

 

Neste ano, Rondônia irá inaugurar dois estabelecimentos prisionais sem espaços voltados à educação e ao trabalho das pessoas presas. Na percepção de juízes, essa ausência pode trazer implicações no retorno da pessoa presa ao convívio social.

Direito ao esquecimento
Os comentários são responsabilidades de seus autores via perfil do Facebook. Não reflete necessariamente a opinião do Rondoniaovivo.com
Você acha que os presídios de Rondônia deveriam ser privatizados?
Se as eleições fossem hoje, qual dos nomes abaixo você escolheria para ocupar o Senado?

* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!

MAIS NOTÍCIAS