Encontro cultural da fronteira
Foto: Divulgação
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Segundo denúncia do Ministério Público Federal, o grupo criminoso era constituído por diversos servidores da SFA/RO, envolvendo inclusive a cúpula do órgão fiscalizador no Estado. Empresários e funcionários das empresas beneficiadas também participariam do esquema fraudulento montado para favorecer empresas frigoríficas, laticínios e curtumes. A prática criminosa envolveria protecionismo ilícito e troca de vantagens escusas para servidores integrantes do esquema e também para atender interesses de outras pessoas ligadas à quadrilha.
Para garantir pleno domínio sobre as operações na Superintendência, diz o MPF que o grupo de acusados abriu uma temporada de perseguição a alguns servidores, através de remoções e transferências indevidas, adotadas por Orimar Martins da Silva, então Superintendente do órgão, atingindo o Fiscal Federal Agropecuário Wagner Couto, que chegou a ser exonerado da Chefia da SIPAG, e a outros serventuários como Maurício Kato, João Carlos Aranha e Anna Darina Viegas, pessoas que trabalhavam regularmente e com seriedade, mas que contrariavam os interesses da quadrilha.
Uma das empresas acusadas de participar das ações criminosas da organização chama-se Frigorífico Cear, que tem nome atual de Frigorífico Quatro Marcos, pertencia ao então Deputado Federal Ernandes Amorim e foi negociada com o Grupo Quatro Marcos por 16 milhões, sob a condição – assevera o MPF – de que o parlamentar obtivesse a reserva do Sistema de Inspeção Federal – SIF, e viabilizasse o efetivo funcionamento do frigorífico. Maurício Kato, um dos fiscais responsáveis pela vistoria do Frigorífico Amazon Meat, teria sido ameaçado por telefone nos seguintes termos, por pessoa não identificada pela Polícia Federal: “ei, moço, você acha que vale 14 milhões? Fica quietinho e não adianta se esconder em Jaru que a gente sabe onde você está”. Acontece que o frigorífico não ostentava condições mínimas para operar, o que deu azo a diversas maquinações e fraudes produzidas no alto escalão da SFA/RO, na vã tentativa de superar as não conformidades e aprovar o projeto e reserva de SIF.
Consta na peça ministerial que a contaminação chegou a tal estado que atingiu o alto escalão da Superintendência Federal de Agricultura/RO, abrangendo o próprio Superintendente do órgão, Orimar Martins da Silva, o Superintendente Substituto, João Carlos Barbosa (ou João do Pulo), o Chefe da Divisão Técnica, Alexandre Rodrigues Menezes, e o Chefe do Serviço de Inspeção de Produtos Agropecuários, João Januário de Fagundes Filho, sem contar os fiscais lotados nos principais estabelecimentos favorecidos pelo esquema. O Frigorífico Margen de Ariquemes (SIF nº 455), localizado na Rodovia BR 364, km 532, Zona Rural do município de Ariquemes, também foi bastante favorecido pela quadrilha que se enraizou na Superintendência Federal de Agricultura/RO.
Quase meio milhão em pagamento de propinas
Dados do Relatório de Análise Fiscal e Bancária apresentado pela Procuradoria da República ao magistrado Élcio Arruda demonstram que, no ano de 2007, João Carlos Barbosa (o João do Pulo) recebeu R$ 97.000,00 de propina e que, em 2008, foram mais R$ 21.160,00, importância provenientes do Frigorífico Margen. Veja tabela com os valores discriminados.
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