Os Promotores de Justiça Renato Grieco Puppio e Cláudio Wolf Harger apresentaram as armas artesanais fabricadas pelos presos e depoimentos colhidos no processo para mostrar aos jurados que os réus Michel Alves e Anselmo Garcia de Almeida foram dois dos líderes da matança no presídio Urso Branco em janeiro de 2002.
Durante a fase de debates, os membros do MP fizeram um relato da fuga frustrada que culminou nos assassinatos e falaram da união de vontades dos réus que resultou nas mortes de 27 presos, todas ocorridas com requintes de crueldade e tortura. “Nenhum dos mortos teve menos de 25 perfurações”, disse o Promotor de Justiça Renato Grieco.
Ainda durante a sustentação do MP, foram lidos diversos trechos de processos em que testemunhas relatam terem visto os dois acusados praticando os assassinatos.
Os membros do MP rechaçaram a tese da defesa de que os presos estavam feridos e, portanto, não teriam tido participação nas mortes.
Outro ponto de destaque foi o apelo feito aos jurados para que ficassem atentos às provas periciais apresentadas no processo, resultado de diligências e oitivas procedidas durante todo o processo. "A sociedade conta com cada um de vocês para que a Justiça seja feita", disse o Promotor de Justiça Renato Grieco Puppio.
Julgamento
A dinâmica do julgamento, iniciado na quarta-feira e com previsão para ser encerrado nesta quinta, ainda prevê sustentação da defesa, réplica, por parte do MP, e tréplica, novamente pela defesa. Esta fase, de acordo com os promotores de Justiça, pode levar até sete horas de duração. Terminada esta etapa, o Juiz encaminhará os sete jurados para a sala secreta para que procedam aos votos. Se o resultado for pela condenação dos réus, o Juiz é quem anunciará a pena.