BLOQUEIOS: Indígena diz que jovens estão sendo chamados para fazer protestos

Indígenas dizem que estaria havendo cooptação na região de Sapezal

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Foto: Divulgação

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A prisão do indígena José Acácio Serere Xavante na noite da segunda-feira, 12, em Brasília, incitou atos violentos atribuídos a apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), que protagonizaram cenas de selvageria nas ruas da capital brasileira. A massa de manifestantes tentou invadir a sede da Polícia Federal, para onde o indígena havia sido levado; houve confronto com a polícia e ônibus e veículos foram incendiados.  
 
Após esses eventos, um vídeo publicado em uma rede social mostra diversos veículos lotados com indígenas em uma estrada. A legenda do vídeo diz que o comboio estaria indo a Brasília para tirar Serere Xavante da prisão.
 
O vídeo é verdadeiro e foi gravado pelos próprios indígenas da etnia Enawene-nawe, povo que vive na Região Noroeste de Mato Grosso, cuja reserva fica nos municípios de Juína, Brasnorte e Sapezal; mas está fora de contexto.
 
As informações foram confirmadas ao Folha do Sul Online por lideranças do povo Enawene-nawe, que além de desmascararem a notícia falsa sobre o vídeo, denunciaram que jovens indígenas, muitos ainda menores de idade, estariam sendo cooptados por pessoas do agronegócio, para irem às manifestações, incluindo as que ocorrem em Brasília.
 
Conforme Tolohaete Enawene-nawe, uma das lideranças da etnia, o vídeo em questão foi gravado há alguns anos e retrata os preparativos para a tradicional festa dos espíritos, cerimônia durante a qual todas as aldeias se reúnem na aldeia central para a comemoração. A gravação, assim como outras feitas por eles próprios, mostra a chegada na aldeia de um comboio que veio à cidade comprar mercadorias para a festa.
 
“Esse vídeo que estão divulgando agora, é antigo. E nada tem a ver com a gente fechar BR ou ir para Brasília buscar índio Serere. Ele foi gravado há muito tempo, durante uma festa na aldeia. A gente não concorda com isso de fechar Brasília não”, disse outra liderança.
 
Tolohaete denunciou que alguns membros de uma aldeia da região de Sapezal (MT), supostamente teriam recebido de produtores rurais, transporte, alimentação e valores em dinheiro para irem a Brasília participar das manifestações. Tolohaete afirma que essas pessoas que teriam sido cooptadas por fazendeiros, não têm representatividade social e não representam a posição da etnia.
 
Os representantes que conversaram com a reportagem, após ligarem para a redação pedindo para ser entrevistados, afirmaram que Kawili Kolinomate Enawene e Dodowai Enawene, que têm se apresentado como lideranças da comunidade indígena Enawene-nawe, não têm autorização para falar em nome daquele povo.
 
Em nota, que pode ser lida na íntegra na imagem abaixo desra reportagem, as lideranças repudiam todas as ações que Kawili e Dodowai têm feito. “Nós, Enawene-nawe não concordamos com os atos antidemocráticos e não apoiamos nenhum partido político, seja ele de esquerda ou direita”, diz o manifesto assinado pelas lideranças e membros da comunidade.
 
Durante a conversa com a a reportagem do Folha do Sul Online, os líderes voltaram a falar de Kawili Kolinomate Enawene. “Ele não mora mais na aldeia, ele não mantém mais a nossa cultura; ele mora há muito tempo na cidade e não participa do ritual”, disseram, antes de concluir: “nós não vamos apoiar atos contra a democracia não”.
 
Outra preocupação manifestada na nota emitida pelas lideranças e relatada durante a conversa com a reportagem, é o receio de que esses “parentes” que estão nas manifestações, retornem à aldeia com patógenos e contaminem as demais pessoas. 
 
Acerca das denúncias sobre o suposto aliciamento de índios da etnia com a promessa do pagamento para participarem das manifestações, uma fonte junto a FUNAI disse que a entidade já tem conhecimento das denúncias e que deve apurar tais acusações para a tomada das providências cabíveis.
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