PROCURA: Cidade do interior de RO busca trabalhadores para preencher vagas de emprego

Sobram vagas no campo e na cidade, mas faltam interessados qualificados

PROCURA: Cidade do interior de RO busca trabalhadores para preencher vagas de emprego

Foto: Divulgação

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Por meio de todas as mídias, é possível ver vagas de emprego sendo anunciadas em Cerejeiras. Em postagens nas empresas nas redes sociais, em mensagens compartilhadas no WhatsApp, nos anúncios de rádio e até nos carros de som que percorrem as ruas, as ofertas de trabalho são divulgadas.
 
“Existe uma falta de mão de obra muito grande na nossa região e a escassez é ainda maior quando procuramos por trabalhadores um pouco mais qualificados”, diz o produtor rural Jair Ferro, presidente do Sindicato Rural de Cerejeiras e que tem uma propriedade que produz silagens, ração e outros produtos agropecuários.
 
O presidente da Associação Empresarial de Cerejeiras (ACIC), Wallaci Machado, que tem um autocentro, ou seja, uma loja de balanceamento de pneus acoplada à mecânica de automóveis, explica que os trabalhadores qualificados são disputados na cidade. “Por exemplo, os mecânicos começaram aprendendo como estagiários; alguns até menores de idade quando começaram a trabalhar. Depois, eles mesmos montaram oficinas mecânicas e acirraram a procura por mais profissionais da área em Cerejeiras”, diz o empresário.
 
As empresas tentam lidar com a escassez de mão de obra da melhor forma possível.
 
As grandes companhias que chegam ao município costumam trazer boa parte de sua força de trabalho de fora. É o caso, por exemplo, da Energisa, que precisa de 150 trabalhadores para construir a subestação elétrica em Cerejeiras. A empresa trouxe quase toda a mão de obra de fora, inclusive alugando um hotel exclusivo somente para hospedar a equipe que veio de outras regiões do estado ou até do país.
 
O aquecimento da construção civil na região de Cerejeiras sugou boa parte dos trabalhadores disponíveis para os canteiros de obras. A foto que ilustra esta reportagem mostra pedreiros na construção de um silo anexo ao armazém da Copama, uma cooperativa de grãos, no município.
 
Com as setas do gráfico do crescimento econômico quase todas apontadas para cima, a região de Cerejeiras não vê saída para resolver este grave problema.
 
Por volta de 2014, quando a escassez de mão de obra já era notável, a chegada de refugiados haitianos aplacou a necessidade de empresas do ramo de construção civil em Cerejeiras.
 
“Pelo que tenho visto, os empregadores relatam a falta de capacitação para quem procura emprego”, diz o advogado Mário Mendes Gonçalves, que tem experiência em analisar processos de admissão e demissão em empresas e propriedades rurais na região. “Acredito que o que falta para os trabalhadores que estão procurando emprego é compreender o processo de busca por uma vaga e de permanência no mercado de trabalho. Ou seja, ir atrás das competências que os empregadores estão exigindo”, diz o advogado.
 
Seja como for, é bom que se diga: apesar dos níveis alarmantes de desemprego no país, a região de Cerejeiras parece estar com vagas sobrando e interessados faltando.
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