PERIGO: Vereador Paulo Henrique constata precariedade na Hemodiálise em Cacoal

O vereador Paulo Henrique (PTB), membro da Comissão de Saúde da Câmara de Cacoal, esteve na clínica TRS Hemodiálise para ouvir os pacientes e constatando diversos problemas no tratamento feito na cidade. O parlamentar constatou a precariedade na visão de pacientes e dos profissionais de saúde que trabalham no local.

 

Para Felipe Carlo Garcia, de 39 anos, morador de Cacoal e paciente da hemodiálise há três anos, há abandono e precariedade no atendimento desde a intervenção feita pela prefeitura do município. 

 

CAOS: Filtros demoram a serem trocados e ainda são de péssima qualidade, segundo profissionais de saúde do local - Foto: Divulgação

 

Destacou ainda a falta de investimentos, cadeiras danificadas, sintomas em pacientes e ausência de contratação de cirurgião vascular para a realização de procedimento do tratamento das fístulas nos pacientes. “Se não conta de tocar o serviço devolva para o Estado ou para quem conhece do assunto”, lamentou Felipe.

 

O paciente Felipe Carlo Garcia está preocupado com o tipo de atendimento que tem recebido na clínica TRS - Foto: Divulgação

 

Caos

 

Durante a visita, Paulo Henrique verificou vários problemas: médicos com salários atrasados (outubro e dezembro de 2020), descaso com os profissionais de saúde, falta de segurança na clínica nos períodos noturnos, clínica superlotada (150 pacientes e 38 sem o procedimento de fistulas há mais de meses ou ano). 

 

E ainda: sintomas em pacientes causados por diversos fatores, péssima qualidade na aquisição de novos filtros, ausência da troca de equipamentos, contaminação da água e diversos pacientes com infecção em virtude do excesso de tempo sem substituir o cateter.

 

De acordo com a equipe médica, pacientes que iniciam a hemodiálise por um cateter devem permanecer em média 30 dias, devido ao risco de infecção. “O essencial seria o procedimento para fistula artéria venosa, uma pequena cirurgia que liga a artéria com a veia fazendo a veia ficar mais grossa para receber a agulha, sendo o melhor para o paciente”, explicou o vereador.

 

E continua: “Não há condições clínicas e profissionais para admitir novos pacientes, por ausência de funcionários. Falta enfermeiro, cirurgião vascular para procedimento de fistulas. Pacientes estão sendo atendidos na UTI do Heuro, tirando a vaga de outro paciente mais grave, por falta de investimentos de clínica TRS e da Prefeitura de Cacoal”.

 

Protesto feito por problemas envolvendo a clínica de hemodiálise de Cacoal - Foto: Divulgação

 

Outro lado

 

Na última sexta (01) ocorreu uma audiência entre o Ministério Público e a Prefeitura de Cacoal para melhorias no tratamento de hemodiálise. 

 

Ficou acordado o seguinte que o Governo do Estado repassará R$ 180 mil para o município por 1 anos e subsidiar a hemodiálise de Cacoal. O Estado está obrigado a atender a demanda dos pacientes da hemodiálise ambulatorial relativa as fistulas.

 

Por sua vez, a Prefeitura se compromete a apresentar um plano de gestão para o serviço público de hemodiálise ambulatorial (no prazo de 90 dias) com a realidade atual do atendimento, receitas, despesas, com respectivo cronograma de atendimento. 

 

A prefeitura ainda se compromete a devolver para Governo os valores recebidos e não usados. Os valores repassados não poderão ser usados para despesas antes da intervenção (a partir de fevereiro 2021), devendo ser gastos exclusivamente com os serviços, produtos, insumos, diretamente relacionados a hemodiálise ambulatorial. O MP manifestou pela homologação do acordo parcial.