POLÍTICAS PÚBLICAS - Uma utopia muito distante de nossa realidade – Por Luizinho Carvalho

Da Redação

03 de Agosto de 2009 às 10:45

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POLÍTICAS PÚBLICAS - Uma utopia muito distante de nossa realidade – Por Luizinho Carvalho

Foto: Divulgação

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A saúde tem se tornado o “Calcanhar de Aquiles” para as administrações por esse Brasil afora. A única diferença é que algumas administrações encontram maneiras criativas para amenizar a crise e dar um tratamento um pouco mais humano aos seus cidadãos. Mas a sua maioria o pobre coitado do paciente tem que amargar todo tipo de mazelas até chegar (se chegar) ao atendimento.

Já passava das 10 horas da noite quando recebi o telefonema do vereador Sebastião Justino Borges – Tião da Carroça. “Vamos até ao postinho para você ver como está à situação da saúde de Espigão do Oeste”. Peguei minha maquina fotográfica e a filmadora e me desloquei até ao local indicado pelo vereador. Ao chegar ao postinho de saúde me deparei com uma cena deplorável que me fez lembrar dos meus tempos de convivência na grande São Paulo. Na calçada junto à parede do prédio uma fila de pessoas amontoadas com suas cobertas tentavam dormir na fila para conseguir pegar uma ficha de atendimento dentário.

Ao ouvir o vereador Tiãozinho conversar com aquelas pessoas e ouvir os seus relatos, por alguns momentos me lembrei dos comícios empolgados que assisti durante a campanha de 2008, onde algumas pessoas tinham a solução para tudo. Na fila quase uma dezena de pessoas na sua maioria mulheres estavam acomodadas na calçada no relento a mercê do sereno para garantir um lugar no atendimento do dia seguinte. Aos poucos fomos ganhando a confiança dessas pessoas que passaram a falar de seus problemas e de suas dificuldades para receber um beneficio que lhe é assegurado por lei e que em tese deveria ser feito pela administração com mais humanidade e respeito ao ser humano. Mas ao invés de oferecer um tratamento digno a que todo cidadão tem direito ali estavam sem nenhum apoio, jogadas ao relento e entregues a própria sorte.

Segundo algumas dessas vitimas do sistema, as regras são bem claras naquele local. O atendimento dentário é de apenas 10 fichas ao dia sendo que duas fichas são reservadas para os detentos da cadeia pública e as oito restantes são disputadas por aqueles que se sujeitam a passar a noite dormindo na fila. Gostaria muito que algum dos colaboradores direto do prefeito Célio Renato tivessem a oportunidade de vivenciar essa situação para terem a certeza que realmente muito pouco estão fazendo em favor desses cidadãos. É fácil arrumar desculpas para maquiar a situação, mas o difícil é aceitar que uma criança de 13 anos tenha que dormir na calçada em frente ao posto de saúde para pegar uma ficha para ter seus dentes obturados. Isso já é demais!

O pior que essa situação existe e não é uma ficção, é uma criança que por ter os dentes com problema teve que se sujeitar a passar por esse verdadeiro, constrangimento várias noites naquela calçada para pegar as fichas e assim obter o tratamento. Acho muito difícil a administração “Humanizar a Saúde” com esse tipo de atendimento. Que me desculpem os leitores, mas a cena e os depoimentos que presenciei na madrugada de quinta feira me deixaram P. da vida pela maneira e o desrespeito com que os gestores do município vêm tratando esses seres humanos.

Para os retrógrados é fácil criticar o trabalho da imprensa insinuando que o jornalista é contra o prefeito, que está “Metendo o pau na Administração” entre outras basbaquices. Mas não se esqueçam que o trabalho da imprensa é divulgar os fatos de maneira ética e objetiva. Errado é querer cercear esse direito da imprensa principalmente em órgãos públicos.

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