A disputa secular entre o rio Amazonas e o rio Nilo pelo título de maior rio do mundo acaba de ganhar um novo capítulo e, desta vez, com vitória brasileira. De acordo com um estudo conduzido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) em parceria com o Instituto Geográfico Militar do Peru, a Agência Nacional de Águas (ANA) e o IBGE, o Amazonas tem 6.992,06 quilômetros de extensão, superando os 6.852,15 quilômetros do Nilo, na África.
As novas medições, realizadas com o apoio de imagens de satélite e técnicas avançadas de geoprocessamento, incluíram trechos nos Andes peruanos que antes não eram considerados como parte do curso principal do rio. Essa revisão ampliou significativamente o ponto de nascente reconhecido, confirmando o Amazonas como o mais extenso rio do planeta.
O gigante das águas
Além de ser o mais longo, o Amazonas continua sendo o rio com maior volume de água do mundo e uma das maiores maravilhas naturais do planeta, segundo a Unesco. Durante os períodos de cheia, sua largura pode atingir quase 500 quilômetros, e a vazão chega a 12,54 bilhões de metros cúbicos por minuto volume dezenas de vezes superior ao de todos os rios da Europa somados.
A bacia amazônica cobre cerca de 40% da América do Sul, abrangendo nove países e sustentando uma das maiores biodiversidades da Terra. O rio é vital não apenas para o equilíbrio ecológico regional, mas também para o clima global, influenciando regimes de chuvas e o armazenamento de carbono.
Reconhecimento internacional em disputa
Apesar das novas evidências científicas, o Guinness World Records ainda mantém o Nilo como o maior rio do mundo. Entretanto, a pesquisa do Inpe e dos institutos parceiros já começa a reverberar na comunidade científica internacional, que reconhece a precisão das medições brasileiras e a importância da atualização.
Com o avanço das tecnologias de sensoriamento remoto e análise geoespacial, os pesquisadores acreditam que o Amazonas deve, em breve, ser oficialmente reconhecido como o maior rio do planeta, consolidando um título simbólico que reforça a grandiosidade e relevância ecológica do Brasil para o mundo.