Um estudo realizado nos Estados Unidos revelou uma tendência preocupante: as conexões sociais estão diminuindo nas últimas décadas. Em 1990, apenas 3% das pessoas afirmavam não ter amigos próximos. Hoje, esse número saltou para 12%. A porcentagem de indivíduos que dizem ter um “melhor amigo” também caiu de 77% para 59%.
Atualmente, a média de amizades próximas varia entre três a cinco por pessoa, mas 8% da população relata não ter nenhum amigo íntimo. O levantamento também mostrou que adultos mais velhos tendem a manter relações de amizade mais sólidas, enquanto mais da metade (51%) das pessoas afirmam ter dificuldade em fazer novas amizades, especialmente conforme a idade avança.
Especialistas apontam que um dos fatores para isso é a fase da vida. Na juventude, é mais fácil formar laços porque as pessoas compartilham contextos semelhantes como escola, faculdade ou início de carreira. 'Amizade tem a ver com estar na mesma frequência e fase da vida. Por isso temos tantos amigos na infância e adolescência', explica um dos analistas do estudo.
Na vida adulta, os caminhos se separam. Compromissos profissionais, familiares e as próprias frustrações acumuladas tornam a criação de novas conexões mais difícil. 'Depois dos 35 ou 40 anos, muitos de nós já passamos por perdas, decepções e exaustões emocionais. Para criar vínculos, seria necessário compartilhar essas dores, mas muitas vezes guardamos tudo para nós mesmos. E isso bloqueia a conexão', aponta o estudo.
Embora esse distanciamento seja natural em certa medida, os especialistas alertam para a importância de cultivar vínculos sociais, mesmo na maturidade, como forma de preservar a saúde emocional e mental. Afinal, amizades verdadeiras continuam sendo uma das bases mais sólidas da vida em qualquer fase